No início deste mês de março, o Governo do Estado concretizou a venda dos lotes do Polo Empresarial Cercado da Pedra e do Civit II, localizados na Serra. Durante o leilão realizado em Vitória, 26 lotes foram disputados por empresas interessadas em investimentos ou na construção de plantas operacionais. Ao todo, 16 empresas apresentaram propostas para a aquisição dos lotes, mas apenas quatro conseguiram arrematá-los, ao apresentarem as ofertas mais vantajosas para o Estado.
Dos 26 lotes oferecidos, 25 estão no Polo Empresarial Cercado da Pedra, considerado uma extensão do Civit II. Criado em 2010, o acesso ao polo está localizado na Avenida Talma Rodrigues Ribeiro, na esquina do muro da empresa Fortlev. O Cercado da Pedra ocupa uma área total de 1.246.000 metros quadrados, que inclui tanto espaços para empresas quanto áreas de preservação ambiental.
A ST Gestão de Negócios LTDA foi a maior compradora do leilão, arrematando 23 dos 25 lotes disponíveis no Cercado da Pedra. Com sede na cidade de Santa Teresa, a atividade principal da empresa envolve a gestão de investimentos e a participação acionária em outras empresas, em busca de retorno financeiro e valorização de seus ativos. Constituída por um grupo de empresários, alguns dos quais já possuem grandes negócios estabelecidos na Serra, a ST Gestão de Negócios só não conseguiu adquirir o lote 13 da quadra XII, superada pela Aguilog por uma diferença de apenas R$ 1 mil — a ST ofereceu R$ 1.414.000,00, enquanto a Aguilog propôs R$ 1.415.000,00. A Aguialog é uma empresa de logística já localizada no Civit II e faz transporte de medicamentos, cosméticos, correlatos e outros materiais, como alimentos e eletrônicos.
Dos 25 lotes colocados à venda no Cercado da Pedra, o único que a ST Gestão de Negócios não disputou foi o lote 1 da quadra V, arrematado pela empresa CRP Service, que tem foco principal na atividade de manutenção e reparação de máquinas para a indústria metalúrgica, que é um mercado muito grande e variado na Serra. A empresa também já possui sede no Civit II.
O único lote fora do Cercado da Pedra foi o lote 26, localizado no Civit II. Este, sendo o maior tanto em tamanho quanto em valor do leilão, tem 18 mil m². É um terreno altamente valorizado, situado na Avenida Talma Rodrigues Ribeiro, logo após o supermercado TopMax Atacarejo, na Rotatória do Ó, sentido Jacaraípe. Este local passou por significativas melhorias com a finalização do Complexo Viário Eldes Scherrer Souza (Nova Rotatória do Ó) em 2023.
Houve apenas uma empresa interessada na área, a Campo Participações Imobiliárias S/A, cujo um dos acionistas é Ronaldo Roque Campo, sócio-fundador do Grupo RDG Aços. Sem outras ofertas, a área foi arrematada pelo valor mínimo estabelecido pela Comissão de Avaliação Imobiliária (CAI), que foi de R$ 21 milhões. O Governo esperava arrecadar R$ 49,66 milhões com as áreas à venda, mas esse valor foi amplamente superado, pois as 26 áreas arrematadas geraram um total de R$ 64.768.033,60, transferindo a propriedade desses terrenos do Estado para as empresas privadas, que em breve vão precisar apresentar projetos para o uso dos terrenos com prazos para investir.
O Cercado da Pedra já abriga mais de 20 empresas nas áreas de logística, transporte, construção civil e metalomecânica. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), liderada pelo vice-governador Ricardo Ferraço, esses terrenos, de alto valor, devem impulsionar a economia da Serra, atraindo mais investidores e empreendedores. “A receita gerada contribui para obras de infraestrutura cruciais. O leilão promove o desenvolvimento empresarial, geração de empregos e inovação, estabelecendo uma base sólida para o progresso da comunidade e um futuro próspero”, informou a Sedes em comunicado oficial.
Planejado para ocupação por etapas, o Cercado da Pedra já foi objeto de leilões anteriores, sendo o último em 2021, considerado um sucesso. A Campo Log, por exemplo, que é o maior empreendimento no local, é um galpão com Área Bruta Locável de aproximadamente 43.672,92 m², voltado para o setor de logística.
O prefeito Sergio Vidigal (PDT) comentou que o leilão reflete o interesse do setor empresarial em investir na Serra, tanto pelas obras de infraestrutura em andamento quanto pela recente atualização do Plano Diretor Municipal (PDM), que simplificou a burocracia e reduziu os custos de investimento. Vidigal também destacou que a prefeitura está aberta ao diálogo para garantir que os empregos criados sejam ocupados por moradores da Serra, seja por meio dos cursos de capacitação oferecidos pela Prefeitura ou pelo encaminhamento de moradores pelo Sine da Serra para entrevistas de emprego.
Números:
De acordo com a Sede, os números de anos anteriores demonstram a relevância dessas transações para a economia estadual. Em 2020, foram comercializados 26 lotes para nove empresas, resultando em uma arrecadação de R$ 29.192.255,97.
Em 2021, foram 25 lotes arrematados por 13 empresas, totalizando uma arrecadação de R$ 35.229.458,60. Os recursos serão repassados ao caixa único do tesouro estadual, sendo que 50% do valor arrecadado irá para o Fundo de Estruturação de Projetos – FEPES, criado pela Lei nº 1.051/23, que instituiu o Programa de Parcerias de Investimentos do Estado do Espírito Santo – PPI-ES.
