As mudanças em curso no Plano Diretor Municipal (PDM) da Serra ainda não contemplam a região do Contorno do Mestre Álvaro, que, por conta do novo trecho da BR 101, será a nova fronteira de expansão urbana da cidade. Mudanças do PDM na região, no entanto, devem ser em breve debatidas, pois a previsão é que a rodovia de 19 km fique pronta no final de 2021.
Na extremidade sul, o Contorno tem os polos industriais Jacuhy e Piracema; na extremidade oposta, o polo Serra Norte. Todos os três com muita área disponível. Tem, ainda, as questões ambientais, pois boa parte do traçado pega áreas alagadas ou alagáveis, que além de habitat de algumas espécies ameaçadas, ainda servem de corredor ecológico para outras entre as florestas de Duas Bocas, Queimados e do Mestre Álvaro. Um desafio e tanto para a cidade regulamentar o uso do solo no entorno da futura via, conciliando espaço para crescimento urbano e preservação ambiental. Se é que isso é possível. Certo é que já foi dada a largada da corrida à região.
Na outra ponta, há a tendência de municipalização do atual trecho da BR 101 entre Carapina e Serra Sede. Fato que, se consolidado, trará mais custos para a Prefeitura, que, da mesma forma, terá que arcar com os serviços públicos ao longo das novas áreas urbanas que irão surgir com o Contorno do Mestre Álvaro: drenagem, pavimentação, iluminação, limpeza, saúde, escolas, assistência social. Isso numa planta urbana que já é dispersa e deve ficar ainda mais.
Tem, ainda, a eventual perda de negócios de setores que hoje se beneficiam com o tráfego de passagem pelo trecho entre Carapina e Serra Sede. São eles o polo automotivo de Jardim Limoeiro, os atacarejos, os postos de combustíveis, os restaurantes beira de estrada, as borracharias e até as paradas de ônibus intermunicipais e interestaduais em Serra Sede.
O Contorno do Mestre Álvaro deve mesmo mudar a cara da Serra. Apesar de algumas desvantagens, são notórios os benefícios que essa nova estrutura viária acarretará. Que o digam motoristas e passageiros que ficaram agarrados ontem no megaengarrafamento causado por queda de fios e interrupção do tráfego na Norte-Sul, em Carapina; que o digam empreendedores, que precisaram circular cargas e serviços no horário desse engarrafamento gigantesco.
