Em declaração recente, o Papa Francisco exaltou a capacidade dos jovens de transformar seu contexto social.
Disse o Pontífice: “É estimulante escutá-los, compartilhar seus sonhos, suas questões e sua vontade de se rebelar contra todos aqueles que dizem que as coisas não podem mudar”.
Menos de um mês depois o Comitê Olímpico Internacional – COI decidiu incluir, já para a próxima edição dos Jogos, em 2020 no Japão, cinco novas modalidades olímpicas, entre as quais, surfe, escalada e skate.
O que essas duas notícias, aparentemente sem qualquer conexão, possuem em comum? O discurso centrado em um público-alvo bastante específico: os jovens. Tentar atrair essa fatia da sociedade para a Igreja Católica e buscar maior audiência nos eventos esportivos foram objetivos dessas movimentações. Ha por outro lado, política parece destoar dessa perspectiva…
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Dados divulgados em julho de 2016 pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE mostram que o total de eleitores entre 16 e 17 anos sofreu redução de mais de 30% em relação ao eleitorado de 2010. Esse é apenas um reflexo do afastamento dos jovens em relação à política partidária. Apesar da massiva participação dos jovens nas manifestações de junho de 2013, suas agendas e demandas, na prática, não foram levadas em consideração.
É bem verdade que o desinteresse pela política não afeta apenas os jovens. O que se questiona aqui, no entanto, é a falta de propostas que tornem os debates políticos mais atraentes. Na verdade, vemos o contrário: propostas como o Escola sem Partido ou Escola Livre que visam afastar completamente os conteúdos políticos das salas de aula – justamente na contramão do que os jovens almejam, que é a discussão e a contestação do status quo.
Na atual eleição, onde o conceito do ‘novo’ deve ser preponderante nas campanhas, aqueles candidatos que tiverem a habilidade para se comunicar com os novos eleitores deverão sair na frente. O COI e o Papa estão dando seus passos nessa aproximação. E os políticos, o que estão fazendo?

