Por Yuri Scardini
Após uma eleição dura, os políticos da Serra tiraram a semana para refletir sobre a conjuntura eleitoral e os motivos que os levaram, em quase sua totalidade, a ter menos votos do que a expectativa. Na prática, deve haver uma mudança de postura e um ajuste de discursos e práticas. Isso tudo, obviamente visando à eleição de 2020, isso pelo menos ainda não mudou.
No tocante, deve haver um rearranjo de forças. O prefeito Audifax Barcelos (Rede) foi um dos poucos que pode dizer que se saiu vitorioso. Apadrinhou o campeão de votos no ES, senador eleito Fabiano Contarato (Rede) e elegeu o pupilo Alexandre Xambinho (Rede) para deputado estadual, apesar de fazer uma votação considerada baixa por muitos.
Pela sua relação orgânica com o prefeito, inegavelmente Xambinho desponta como um nome do grupo de Audifax para sua sucessão, mesmo que publicamente opte por um discurso mais equilibrado. Ainda assim, não é de se duvidar que o grupo de Audifax ‘apresente’ um nome surpresa.
Outro vitorioso das urnas foi Bruno Lamas (PSB). Que já orbita há tempo o posto de prefeito da Serra e deve contar com o suporte do futuro Governador Renato Casagrande (PSB). E ainda nutre chances de ser ‘o cara’ de Audifax em 2020, o que é legítimo.
Outra força em emersão é Vandinho Leite (PSDB). Astuto, Vandinho sabe fazer do limão uma limonada. E já provou sua capacidade de articulação. O tucano é uma força independente e desgarrado. Mas aguarda do ex-prefeito e atual deputado federal reeleito, Sérgio Vidigal (PDT), uma posição. Uma vez que Vidigal cometeu um equívoco político em trocá-lo pela candidatura da esposa, Sueli Vidigal (PDT).
Vidigal, aliás, foi o que mais saiu enfraquecido na Serra. Perdeu confiança dos aliados ao lançar Sueli, viu a derrota nas urnas da esposa, e amargou mais de 80 mil votos a menos do que em 2014. Estaria na hora de Vidigal recuar?
De qualquer forma está claro que os políticos da Serra precisam se reciclar, ou perderão mais espaço para fenômenos eleitorais ainda desconhecidos de uma conjuntura política pra lá de imprevisível e esquizofrênica. A forma tradicional de fazer política parece estar em xeque, e quem ficar na vanguarda da compreensão dessa nova realidade, estará mais perto da cadeira de prefeito da Serra.