Por Yuri Scardini
Há três semanas para as urnas e consolidado nos 70% de intenção de votos, conforme mostram pesquisas eleitorais, Renato Casagrande (PSB) está com um pé e meio no Palácio Anchieta. Diante desse cenário cômodo, aliados políticos se dão ao luxo de fazer cálculos para a próxima eleição, em 2020. O pão nem saiu do forno e a turma já pensa na próxima fornada.
Se tudo correr de acordo com as expectativas, Casagrande vai ter que ter muita habilidade para administrar os diversos focos de conflitos que por ventura posam ocorrer. Não poderia ser diferente, o quase futuro governador fez um arco de aliança de 18 partidos, e colocou num mesmo palanque políticos que são praticamente água e óleo.
A começar pela Serra. Renato terá que gerir uma briga que nos bastidores já começou. O ex-prefeito e atual deputado federal Sérgio Vidigal foi peça importantíssima durante as coligações, e segurou o PDT com Casagrande. Agora, aliados de Vidigal relatam que a ‘conta’ será o apoio do governador para a eleição municipal de 2020.
Visando o mesmo objetivo está o deputado Bruno Lamas (PSB), 20 anos de fidelidade ao PSB, Bruno aguentou as sondagens da Rede, permaneceu no partido e leva consigo o DNA Casagrandista na Serra. Ele reivindica o mesmo que Vidigal: carimbo palaciano para prefeito da Serra.
Mas não é só aqui. Socialistas já colocam o nome da quase futura vice-governadora Jacqueline Morais (PSB), como provável candidata a prefeita de Cariacica. Nesse caso, deve estar na briga também o deputado Marcelo Santos (PDT), reeditando em Cariacica uma disputa de poder interno entre PSB e PDT.
Para conjecturar, também podemos ter o deputado Sérgio Mageski contra o escolhido do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS) para sua sucessão. E mesmo no interior Renato vai ter que trabalhar como um algodão entre cristais seja em Colatina com o deputado federal Paulo Foletto (PSB) e o estadual Josias da Vitória (PPS), ou mesmo em Cachoeiro de Itapemirim, com a família dos Ferraços (DEM e PSDB) e a família do deputado falecido Glauber Coelho (PSB), que comanda a região. Todos estes citados estão bem cotados para esta eleição.
De qualquer forma, é consenso entre socialistas que este será um problema bom. Uma adversidade política que qualquer governador gostaria de ter, como um técnico de futebol com um elenco de jogadores brigando pela titularidade. Mas, mal administrado, pode gerar dissabores e inclusive refletir na governabilidade.