Yuri Scardini
Com o resultado da eleição de sábado passado (02), na Câmara da Serra, que conduziu o vereador Rodrigo Caldeira (Rede) para mais dois anos no comando do Legislativo Municipal, a política da Serra fica em alerta sobre a condição de governabilidade do Poder Executivo sob tutela do prefeito Audifax Barcelos (Rede). Não se trata apenas de joguinho político, significa o conjunto de condição necessária ao exercício do poder de governar.
O grupo de oposição assumiu o controle da Mesa Diretora e de todas as comissões relevantes da Câmara. Tudo bem é democrático e faz parte do sistema político brasileiro. Mas agora a pressão está nas costas da oposição, que tem que mostrar para a população que tal movimento não se trata ‘apenas’ de uma nociva disputa por poder. Um Legislativo que se autodenomina “independente” não pode enveredar para o irresponsável. E só o tempo dirá a verdade sobre tal movimento.
O que o prefeito Audifax enfrenta é um conjunto de situações que se fundiram. Diferente do que parte da mídia estadual coloca, esse grupo de oposição não tem como “pai” o deputado federal Sérgio Vidigal. É um erro, e até certa inocência acreditar nisso. Vidigal é só umas das forças que invariavelmente agregaram ao conjunto da oposição. Na prática, Vidigal pode ter interferido em 2ou no máximo 3 votos para a eleição da Mesa Diretora da Câmara.
A rede que está por trás da oposição é formada por muitas pernas, incluindo forças de fora da Serra, e foi semeada pela ganância, descontentamento e até certa inabilidade e desprestígio do trato do Executivo com o Legislativo, se transformando em um comitê de oposição e que em dois anos vai deter o controle de R$ 60 milhões e da agenda administrativa do município.
Parte desse comitê não tem nenhuma ligação orgânica com a cidade e nem sequer reside na Serra. Por isso, os vereadores de oposição não podem perder de vista, que no meio desse tiroteio entre Executivo e Legislativo, há 500 mil pessoas, das quais 100 mil estão na linha da pobreza e intimamente dependentes da Prefeitura. Um processo Legislativo irresponsável, dentro do contexto de uma cidade tão complexa como a Serra, significaria sujar as mãos de sangue.