Yuri Scardini
O Prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede) vai mudar 7 secretários. Número muito expressivo e que dá um sinal do que se esperar para os próximos dois anos. O primeiro e mais emblemático é na Defesa Social. Sai Jailson Miranda e volta o coronel Nylton Rodrigues que ocupou o cargo até 2016.
Foi na Serra que o militar ganhou notoriedade no meio político e o alçou ao comando geral da Polícia Militar em 2017 no meio da paralisação da PM. O chamado fevereiro sangrento. Nylton virou nome de confiança do governador Paulo Hartung e chegou à poderosa Secretária Estadual de Segurança Pública.
Esse histórico chama atenção. O currículo de Nylton parece demais para voltar a ocupar uma secretaria municipal de Defesa Social, mesmo se tratando da Serra. No estado, Nylton comanda 11 mil policiais militares, sem contar a polícia civil, o corpo de bombeiros e outras unidades, além de gerenciar um orçamento de R$ 2 bilhões.
Na Serra o coronel vai liderar pouco mais de 100 guardas municipais e um orçamento de R$ 28 milhões. Chega a soar como um retrocesso no auge da carreira de Nylton. Mas o que levaria ele a aceitar o cargo? O futuro é claro. Nylton se consolidou dentro do grupo de Audifax como o 1º na fila de sucessão política do prefeito. O coronel é midiático, conhece as comunidades da Serra, parece ser durão, mas é político, e está conectado com essa onda de sucesso eleitoral de militares.
Além dele, o prefeito vai mudar a secretária de Obras. Com R$ 400 milhões para investimentos, Audifax conta com as obras para chancelar seu sucessor. O cotado é Zacarias Carrareto. Outra secretaria que vai sofrer mudanças é a de Desenvolvimento Econômico com José Eduardo Azevedo, atual secretário estadual. O meio empresarial gostou da troca, e já se planeja ações de incentivos fiscais e desburocratizações para atrair empresas e gerar emprego.
E é exatamente na Secretária de Trabalho, Emprego e Renda que vem outra surpresa. O ex-deputado Roberto Carlos (Rede) vai assumir o posto. Audifax quer dar um upgrade na pasta. Só para citar um exemplo, as empresas que receberem os incentivos fiscais estarão condicionadas a contratar serranos através do Sine, órgão subordinado a Roberto Carlos. Audifax muda também a pasta de Educação e tira a influência da família Lamas na área e passa para um quadro técnico com Gelson Junquilho.