Eci Scardini
Na semana passada, o deputado estadual licenciado e secretário de Estado de Trabalho e Assistência Social, Bruno Lamas, fez um convite ao prefeito Audifax Barcelos para voltar às fileiras do PSB, sigla à qual já esteve filiado no seu mandato de deputado federal e em boa parte no de prefeito.
O convite não foi bem digerido por Audifax não. O prefeito sabe que o PSB tem dono e chama-se Renato Casagrande. Portanto, ao final, é a vontade dele que irá prevalecer sobre a dos demais.
A iniciativa de Lamas só tem um objetivo: facilitar a sua vitória nas urnas na eleição de prefeito, em 2020, seu grande sonho. Filiar o prefeito ao PSB significa ganhar duas vezes: tirar do caminho alguém que teria o apoio de Audifax para prefeito – e que nesse momento não é ele (Bruno Lamas) – e, claro, ter o apoio do prefeito.
Se tem uma coisa que Audifax não é, é bobo. Pelo contrário. Político de grande perspicácia, de muita agilidade e de coragem, pode muito bem ter interpretado o convite como uma mensagem cifrada dizendo: vem para cá que vou lhe garantir uma vida boa: obras, recursos, convênios etc.
Provavelmente, Audifax faz o seguinte questionamento: eu vou fazer o que no PSB? Eles irão me deixar ser candidato a governador em 2020, ou quem sabe ao Senado? Claro que não. Audifax não seria prioridade do PSB; ficaria a reboque do que os cabeças coroadas da sigla decidissem.
De mais, a questão é: como ele vai voltar a se filiar ao partido do governador Casagrande, com quem teve uma queda de braço por conta dos convênios assinados entre o Estado e o Município no ano passado, fato que sacou quase que na marra cerca de R$ 14 milhões que iriam equipar unidades de saúde, como a UPA de Castelândia e o hospital Materno Infantil? De quebra, o Estado ainda inseriu a Serra no Cadin, que é uma espécie de Serasa.
Audifax pode ir para um partido e até dividir o posto de cacique, mas não para ser índio, fase esta que já passou. Abanar o leque, falando “vem que nós vamos aliviar para você”, Audifax pode entender como chantagem; e aí, o efeito é o inverso.
Portanto, é inócuo Bruno Lamas convidar Audifax para voltar ao PSB e, diga-se de passagem, o próprio Bruno tem consciência de que isso não irá acontecer.