Por Eci Scardini
Ao que tudo indica a Rede do prefeito Audifax está fechando os gomos da rede para segurar pelo menos as ‘tainhas’, que é um peixe pequeno, que não ficam presas em redes de gomos grandes, já que os ‘peixões’ não estão caindo nas tarrafadas que eles têm jogado na grande ‘lagoa’ política.
Assim, segundo as contas do núcleo duro do partido e ligado a Audifax, a Rede de Marina Silva, com os nomes que tem hoje (em torno de 40) consegue sozinho, chegar aos 150 mil votos para as vagas de deputado estadual na eleição de 2018, o que garantiria duas cadeiras no parlamento capixaba. Segundo ainda o pensamento da cúpula redista, se o partido fizer uma coligação e lançar chapa completa, poderia passar dos 180 mil votos e eleger três deputados.
Os nomes dos pré-candidatos de Rede estão em uma planilha, impressa, dobrada e guardada no bolso que é para ninguém ter acesso. Tem nomes de mais de duas dezenas de cidades do Estado; com os mais variados currículos: vereador, ex-vereador, vice-prefeito, líder sindical, servidores públicos, entre outros. Pelas contas, têm nomes de mil a 25 mil votos.
Esse modelo não é novo; é inspirado em algumas coligações partidárias, que envolvem partidos menores, sem a ‘cacicada’ da política e que obtiveram bons resultados nas duas últimas eleições estaduais. A diferença agora é que a Rede branda que tem braço para se igualar a partidos grandes e tradicionais em número de eleitos na futura composição da Assembleia.
Como diz o ditado, ‘papel aceita tudo’; tá tudo certo, tá tudo montado, os nomes filiados, é só dar o tiro de largada e correr para faturar.
Introspectivamente, dá para perceber que as apostas de alguns desses articuladores da Rede, vão em direção dos nomes de Marcos Bruno, que busca a reeleição e de Sandra Gomes, atual secretária de Turismo da Serra e esposa do ex-deputado Gilson Gomes.
Os nomes de Gustavo De Biase, um dos fundadores da Rede no Estado e Roberto Carlos, ex-deputado e candidato petista a governador na eleição de 2014, não figuram como os puxadores de voto, assim como o vereador Alexandre Xambinho; eles só engrossariam o caldo para a eleição de Marcos Bruno e Sandra.
O que se percebe também é que deputado federal não é a preocupação principal dos redistas. Até o momento o único nome que o partido dispõe é o do vereador Guto Lorenzoni, que foi chamuscado na semana passada com denúncias de abrigar funcionário fantasma quando foi presidente da Câmara e nem há certeza se vai conseguir liberação do PP, atual partido, para se filiar a Rede.