Pelo avançar da obra, é possível que o Contorno do Mestre Álvaro fique pronto em dois anos. Essa é, provavelmente, a maior obra de infraestrutura em curso no Espírito Santo e vai provocar profunda mudança na cidade, com pontos positivos e negativos.
De positivo, a retirada do tráfego de passagem entre Carapina e Serra Sede, principalmente do de cargas. Isso vai melhorar a fluidez e a segurança trânsito, num dos trechos apontados pela PRF como um dos mais letais de toda a BR 101 no Brasil, além de mais qualidade de vida para o morador, redução de custos e maior produtividade para os negócios locais. Tem potencial, inclusive, para aumentar a competitividade do parque logístico da Serra, o maior do ES.
Também pode ser positiva a abertura de novas frentes de ocupação – desde que organizadas – e investimentos na cidade, sobretudo na região dos polos TIMS, Piracema e Jacuhy (ao sul), e Serra Norte na outra extremidade da futura via, que terá 18,9 km.
Há vantagens, também, no decorrer da obra, com a geração de empregos e ativação de rede de fornecedores e prestadores de serviço. Tem, ainda, a valorização imobiliária no entorno e injeção de dinheiro na economia local com o pagamento de indenizações dos terrenos usados.
De negativo, a degradação ambiental, com impacto nos alagados e áreas de turfa. A nova pista será uma barreira física para animais silvestres – muitos ameaçados de extinção – que transitam no corredor ecológico Duas Bocas x Mestre Álvaro. Sem contar o risco de ocupações desordenadas em áreas ambientalmente sensíveis. Com a abertura de novas frentes de ocupação, a Serra terá sua planta urbana esticada ainda mais, encarecendo serviços públicos como coleta de lixo, por exemplo.
Há, ainda, a possibilidade de prejuízos para setores que se beneficiam do fluxo de passagem no atual trecho da 101 na Serra. Postos de gasolina, restaurantes de beira de estrada, borracharias e outras prestadoras de serviços automotivos – que, inclusive, têm em Jardim Limoeiro um importante polo no ES – podem perder negócios. Até alguns setores do comércio, como lojas de autopeças e atacarejos, também podem ser afetados.