A Serra Sede, berço da tradição cultural serrana, é considerada a Atenas capixaba de outrora. Passou de rural (que carece de politicas integralizadas) à urbana e seu entorno abriga hoje quase um terço da população da cidade da Serra.
De forte tradição politica, econômica e cultural, nestas terras, serranos ilustres marcaram indelevelmente a história do município. Refiro-me aos ex-prefeitos Romulo Castelo, Naly da Encarnação Miranda e José Maria Feu Rosa. De economia baseada na cultura do abacaxi, portanto rural, no inicio dos anos 70 este panorama social, politico e econômico começa a mudar.
Inicia-se o processo de industrialização do estado, e o município da Serra abruptamente recebe plantas industriais como a antiga CST – Companhia Siderúrgica Tubarão (hoje Arcelor) e os polos industriais CIVIT I e II. Daí experimenta o crescimento populacional exponencial, com o surgimento dos bairros no entorno destes centros. Recebe forte impacto imigratório, advindos principalmente de estados vizinhos, como Bahia e Minas Gerais, assim como do próprio interior do Espirito Santo.
Diante deste contexto, a Serra Sede que possuía a maior concentração populacional do município da Serra, até meados da década de 1970, a partir deste fenômeno da industrialização, começa a perder importância relativa politica, econômica e social, em relação ao surgimento de novos bairros, assim como surgem outras fronteiras comerciais, como por exemplo, Laranjeiras.
Entretanto, por estar geograficamente no centro do município, é de se pensar que as outras áreas urbanas da Serra, num futuro próximo, encontrar-se-ão com a Serra Sede, com a eliminação dos vazios urbanos, que a separa do distrito de Carapina. Ao mesmo tempo, com o advento da rodovia do Contorno do Mestre Álvaro, a planta urbana do município tende a expandir-se ao norte, a oeste e a leste rumo ao litoral.
Diante deste fato, é necessário que projetos viários de ordenação da ocupação do solo urbano, sejam pensados e traçados nos dias de hoje.
Por esta razão, após décadas de atordoamento e “cochilo histórico” por parte dos comerciantes e das lideranças politicas e empresariais, identificado as causas do fenômeno, a lucidez brota com força total no sentido de movimentos da sociedade civil. Eclode daí duas forças irresistivelmente poderosas e aglutinadoras que são o MSSF– Movimento Serra Sede Forte e a ACESS – Associação Comercial e Empresarial de Serra Sede.
O MSSF tem o papel de aglutinar as lideranças politicas, comunitárias, eclesiais, empresariais e a população em torno do grande projeto que viés de crescimento ordenado que visa a construção da Nova Serra Sede.
A ACESS, que muito me orgulha ser sócio fundador e o primeiro presidente, por seu turno, foca o desenvolvimento do empreendedorismo local, na formação continuada destes e dos trabalhadores, ao aproxima-los das ferramentas como o Sebrae e IEL.
A intenção é aprimorar a competitividade desses estabelecimentos comerciais, ao investir em eventos como campanhas de vendas em datas comemorativas e palestras periódicas com dois eixos bem definidos: da excelência/ desenvolvimento da praça comercial e desenvolvimento regional.
Portanto, o crescimento e fortalecimento destas duas recentes instituições, visam, sobretudo, fazer retornar a Serra Sede a administração pública, que hoje se encontra dispersa em vários bairros, porque buscamos a construção da Nova Serra Sede e queremos que justiça seja feita: A Serra Sede o que é da Serra Sede!
Edson Quintino do Nascimento é Filósofo, Comerciante e Presidente da Associação Comercial e Empresarial da Serra Sede.