Yuri Scardini
Dia 2 de abril é prazo para os futuros candidatos estarem filiados a um partido, o mercado político começa a colocar a cabeça para fora da toca. E no pódio principal local está à disputa pelo comando do Palácio Anchieta, onde o vencedor vai gerir um orçamento superior à R$ 60 bilhões em 4 anos.
Mas há muito a ser resolvido, até porque, no campo da política nacional, as incertezas sobre a candidatura do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
No ES, o regente é o governador Paulo Hartung (MDB) que atrofiou o meio político ao criar uma neblina sobre seu próprio futuro político. Mas aos poucos está se dissipando e vai escancarando os planos de reeleição.
A movimentação do governador não fecha as portas para ninguém nem abre demais. Nutre de esperanças aqueles que o procuram. É o caso do prefeito Audifax Barcelos (Rede). Hartung sabe que dificilmente vai conseguir colocar Audifax e o patrono do PDT capixaba, o deputado federal Sérgio Vidigal, no mesmo palanque. Terá que escolher um, e o outro vira oposição.
Audifax faz o jogo do governador, como Vidigal, mas tem uma estratégia. A mesma mão que acena à Hartung acena também para o polo oposto. Essa semana, por exemplo, Audifax recebeu o governador nas obras do Hospital Materno Infantil. Rasgaram seda e anunciaram parceria entre o Governo e a Prefeitura com convênios de R$ 18 milhões. No outro dia, “vazou” a informação que o prefeito convidou a senadora Rose de Freitas (MDB), a ingressar na Rede e vir como candidata ao governo.
Resta saber qual o efeito desse comportamento do prefeito, explicitado em meias posições na porta semiaberta do governador. As oscilações de Audifax podem valorizá-lo e abrir a porta de aliança com Hartung, como pode fechá-la de vez. A linha é tênue e o prefeito se equilibra sobre ela, se cair, não será só 2018 que estará comprometido, mas o reflexo maior poderá estar em 2020, ano de eleger seu sucessor ou dar a prefeitura de bandeja ao inimigo.