O governo Audifax precisa olhar com mais carinho o setor privado, afinal de contas é o setor que mais contribui com a receita municipal, com a geração de postos de trabalho e com o desenvolvimento econômico. Se a Serra é o que é, agradeça a esse setor, que ‘comeu o pão que o diabo amassou’ nesses dois anos de governo, principalmente pelo sucateamento que acometeu as Secretarias de Meio Ambiente (Semma) e a de Desenvolvimento Urbano (Sedur), provocando lentidão na emissão das licenças.
Em um giro rápido, dá para contabilizar pelo menos R$ 1 bilhão de investimentos privados na Serra. Parte deles já está em curso, mas muitos seguem travados na burocracia municipal. O grupo RDG Aços do Brasil investe R$ 250 milhões em uma nova planta no Cercado da Pedra. O grupo Coimex espera uma alteração no PDM para investir R$ 200 milhões; a Morar Construtora inicia agora um projeto habitacional de R$ 50 milhões. Há ainda projetos hospitalares, logísticos, hoteleiros e comerciais.
A apatia que se abateu sobre a Semma e a Sedur não tinha razão de existir, pois são duas secretarias que exigem pouco investimento. Dependem basicamente de pessoal especializado, alguns móveis, computadores e impressoras. Outras duas secretarias que completam esse elo são e de Desenvolvimento Econômico e a de Fazenda.
O primeiro secretário de Meio Ambiente, Luiz Bezerra, foi um extraordinário pediatra, mas sem experiência na área ambiental. Foi alçado ao cargo por ser cota do Partido Verde. Era a pessoa errada para a pasta; complicou mais do que resolveu. Depois veio um técnico com larga experiência na Cesan: João Nardoto. Este que não conseguiu ter comando sobre sua equipe, que é pequena, não se recicla e parece estar carregada de ressentimentos salariais e políticos.
A secretária atual Andreia Carvalho, ainda não é a ideal, parece ter perfil mais adequado. Mas precisa de mais conhecimento de campo. Cabe a ela fazer da Semma uma secretaria capaz de dar respostas às necessidades do município.
Receita para afastar empreendedores
Na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), que é a responsável pelas aprovações de projetos de uso e ocupação de solo e de projetos de edificações, o trauma também foi grande. Dezenas de projetos importantes ficaram paralisados ou tiveram a sua tramitação retardada pela falta de profissionais e também pela visão estritamente técnica da então secretária Ana Cláudia Buffon.
A entrada de Silas Maza deu uma dinâmica melhor no andamento dos projetos; mudou diretores de departamentos; trouxe de volta Rui Dias, servidor de carreira com três décadas de experiência e um ‘arquivo vivo’ do que aconteceu na Serra nas últimas décadas. A Sedur aos poucos vai engrenando e dando respostas aos investidores e ao público em geral.
Quem não deslanchou foi o secretário de Desenvolvimento Econômico, Everaldo Colodetti. Pelo menos uns três ou quatro corretores de imóveis dão mais retorno na captação de empreendimentos para a cidade do que o secretário, que levou um ano e meio para apresentar um projeto de lei criando incentivos para um polo tecnológico e dois para um que cria incentivos fiscais e tributários para empreendimentos novos ou ampliação de plantas empresariais já existentes.
Outro castigo aos empreendedores é a avaliação exagerada dos imóveis. Empresários estão assustados com os valores dos ITBI’s, taxados pela Secretaria de Fazenda, que estão acima dos valores de mercado. Isto vem onerando as transações imobiliárias, além de tomar tempo e energia dos servidores da Fazenda.
Que em 2015 o prefeito Audifax Barcelos divida um pouco o seu olhar social com o do desenvolvimento, afinal, para pagar contas tem que ter receita e ela está aí, passando o tempo todo na frente da PMS, que a está deixando ir para Cariacica, Viana, Linhares e São Mateus.