
Ana Paula Bonelli
Desde o final de 2015 moradores do bairro Barcelona, na Serra, contam com um estádio de futebol. A construção é fruto de uma parceria entre a Associação de Moradores e empresários que farão um supermercado num terreno permutado pela comunidade. O problema é que pais de crianças atendidas pelo projeto social Rio Branco de Barcelona denunciam a dificuldade de ter acesso ao estádio. Eles querem ter o direito de usar o novo campo pelo menos uma vez por semana para treinar.
Willian Ferreira Coelho é um dos pais que reclamam. “Meu filho está com a perna machucada por jogar num campo careca, as traves não tem proteção nenhuma e tem este campo bom e novo que não pode ser usado. Só é liberado para jogos particulares. Podiam liberar pelo menos uma vez por semana para as crianças treinarem. Meu menino é atendido pelo Rio Branco de Barcelona que ajuda a tirar muita criança da rua. Todos os meninos tem nota boa na escola”, denuncia.
Outro pai que está indignado com a situação é Ailton Loyola, que reclama que os meninos vão perder o único espaço que tem para treinar, que é o campo careca. “Segundo informação será construído um supermercado no local. Desde terça-feira já começaram as obras, tem um buraco no meio do campo e as crianças não puderam treinar. E tem esse novo campo, só que a associação diz que a prioridade é o pessoal adulto. E as crianças?”.
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Segundo Ailton a reivindicação dos pais é que a associação libere pelo menos um dia o estádio para o treino das crianças. “Hoje são dois treinos por semana, mas se liberarem pelo menos uma vez já é um incentivo. Mais pela função social, afinal são treze anos de Rio Branco de Barcelona. Acho que deveria ser repensando”.
Uma mãe que não quis se identificar, ainda disse que para jogar no campo novo é necessário pagar R$ 100 por jogo.
O presidente da associação de moradores, João Carlos Pereira, o Carlinho Pé Sujo, confirma que o valor é cobrado e que foi acertado previamente em reuniões com a comunidade. “Este valor é para associados porque precisamos dar manutenção no campo, pagar água, cortar grama, entre outras despesas”.
Com relação a espaço para treinamento, Carlinhos garantiu que o uso do campo da 3ª Companhia de Polícia do bairro já está liberado para o projeto. “Já foi conversado com a polícia e está tudo certo”.

