
Mais de 100 estudantes da Escola Municipal Governador Carlos Lindemberg, do bairro Parque Residencial Mestre Álvaro, na Serra, participaram de uma aula de campo nas Ruínas da Igreja de São José do Queimado, na Serra-Sede, local marcado por uma das mais relevantes revoltas de escravizados do Espírito Santo e do Brasil.
A atividade foi realizada no último dia 22 de maio e contou com a presença de 115 alunos, acompanhados por professores de História e Geografia, pedagogos, estagiários e pela equipe gestora da escola. O objetivo da visita foi aprofundar conteúdos trabalhados em sala de aula por meio da vivência direta com o território e a memória local.
Durante a visita, o historiador e escritor Clério José Borges ministrou uma palestra sobre a importância histórica do sítio, com destaque para a Revolta do Queimado de 1849, quando escravizados rebelaram-se após o não cumprimento da promessa de liberdade. O educador também realizou uma representação simbólica do frei italiano Gregório José Maria de Bene, personagem importante da narrativa histórica local.

Além da palestra, os estudantes percorreram pontos importantes do sítio arqueológico, como as ruínas da igreja e da antiga residência, o chamado “cemitério dos brancos”, a trilha do entorno e a lagoa Saraponga.
A atividade complementa o conteúdo apresentado em sala de aula, que incluiu a exibição e discussão do filme “Queimado – A Luta pela Liberdade”, produzido e gravado no próprio sítio histórico. Segundo os professores, a abordagem fortaleceu o vínculo dos alunos com o território, despertando o interesse pelo patrimônio cultural da Serra.
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Para o diretor da escola, Rogério Moraes, ações como essa conectam teoria e prática: “É incrível poder falar da Revolta do Queimado e levar as crianças ao local onde a história aconteceu. A aula de campo amplia a aprendizagem e valoriza a identidade local”.
A professora Rejane Gollner destacou que a experiência envolveu não apenas aspectos históricos, mas também geográficos, com a observação de fenômenos naturais e culturais da região. “O espaço está organizado e preparado para receber grupos escolares. Fomos muito bem acolhidos”, afirmou ao TN.

A pedagoga Benedita do Nascimento Pereira também reforçou a importância de vivências fora da sala de aula: “Elas complementam os conteúdos e ampliam o repertório dos alunos de forma significativa”.
Segundo o professor de História, Felipe Brum, que acompanhou a visita, o interesse dos alunos foi imediato. “A visita ao Queimado foi uma das experiências mais enriquecedoras que poderíamos proporcionar. O espaço é referência para o ensino da história local e da formação da identidade serrana”.
O calendário pedagógico da escola prevê novas atividades em 2025, com visitas programadas a espaços como teatro, planetário, museus e bibliotecas, reforçando a proposta de aliar o ensino formal ao contato com o território e o patrimônio histórico-cultural da cidade.