Por Yuri Scardini
Há quase um ano da eleição, o quebra-quebra político continua. A Operação Lava Jato segue fazendo “vítimas” pelo Brasil a fora e desconstruindo várias lideranças de envergadura nacional e estadual. É possível que ainda virão novos casos, novos entes políticos podem ser envolvidos e/ou os que já foram envolvidos podem se enrolar ainda mais.
Neste cenário, podem ocorrer um encolhimento das grandes lideranças, obrigando-as a darem um passo atrás e concorrerem a cargos de menor expressão da qual naturalmente disputariam. Ou até quem sabe, escalar candidaturas-laranja na tentativa de transviar o eleitorado.
Aqui no ES, inúmeros políticos foram implicados na Lava Jato, entre eles o governador Paulo Hartung (PMDB), o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o senador Ricardo Ferraço (PSDB). Já se fala na possibilidade destes dois últimos darem um passo atrás nos planos eleitorais e virem na condição de candidato a deputado federal. Em épocas de terremoto da Lava Jato, mesmo que as acusações não se sustentem, ter o tal foro privilegiado pode ser decisivo para se manter em pé.
Se isso ocorrer mesmo, vai embolar o já truncado cenário eleitoral para deputado federal. Para as 10 vagas, tem uma montanha de aspirantes. Além dos dez que já ocupam a cadeira, nomes como do ex-prefeito de Vitória João Coser (PT), dos inúmeros secretários de Estado, como Otaciano Neto, Fonseca Junior, o ex-prefeito de Vila, Velha Neucimar Fraga e outros, atuais deputados estaduais como Josias da Vitória (PDT), vem abrindo espaço para pular na disputa. A briga para federal está inchada.
Colnago, Amaro, Rose, Audifax e Majeski
Já para a cadeira de governador pairam muitas dúvidas. Começando por Paulo Hartung. O governador tem alguns obstáculos pelo frente, entre eles a saúde, o partido e o desgaste do envolvimento na Lava Jato. É possível até que Hartung não seja candidato a nada em 2018. Mas o grupão que o acompanha vai lançar nomes.
Cesar Colnago (PSDB) surge como sucessor quase que natural. É o vice-governador e já assumiu a condição de governador interino por sete situações, inclusive em momentos nevrálgicos como a crise da segurança pública em fevereiro e durante a prestação de constas do governo na Assembleia semana passada. Essas situações vêm credenciando Colnago como um nome viável, além de estar em um partido que dá essa condição.
Mas, outro nome vem aparecendo com frequência nas conversas políticas. O deputado estadual Amaro Neto (SD). Mais votado para a Assembleia em 2014, Amaro foi candidato a prefeito de Vitória e rivalizou para valer com o atual prefeito Luciano Rezende (PPS). Amaro é popular, homem de rua, e se ganhar um up do grupo de Hartung, incluindo aí a elite empresarial, uma possível candidatura pode embolar com força o cenário.
Do outro lado, no grupo não-Hartung, a senadora Rose de Freitas desponta, o prefeito da Serra Audifax Barcelos e até o deputado Sérgio Majeski são nomes da boca política.
Muita oferta aperta prefeito
Falando em Audifax, o prefeito serrano vive os extremos. Ao mesmo tempo em que vive um vácuo de nomes para apoiar para federal, convive com um conglomerado de lideranças brigando pelo seu apoio na disputa de estadual.
Os vereadores Xambinho (Rede) e Guto Lorenzoni (PP), os deputados Bruno Lamas (PSB), Jamir Malini (PP) e Marcos Bruno (Rede), nomes como o ex-deputado Roberto Carlos (quase filiado a Rede), Gustavo De Biase (Rede), Sandra Gomes (ainda no PMB), e agora fortes especulações dão conta do televisivo Michel Bermudes sendo sondado para a Rede.
Com as restrições de captação de recursos, conseguir abrigo nas asas de grandes lideranças se tornou mais do que necessário. Como Audifax vai conciliar esse monte de gente? Muitos devem cair dessa árvore ainda…