Eci Scardini
Essa semana foi marcada por confrontos entre vendedores ambulantes de Laranjeiras com a Prefeitura. Impedidos de continuar suas atividades onde estavam trabalhando, eles queimaram pneus, fecharam o trânsito e na quarta foram para frente da Câmara e fecharam a rua em frente ao prédio e atearam fogo em pneus.
A Prefeitura foi fazendo vista grossa com esse problema e os camelôs foram tomando conta de calçadas, vagas de estacionamento, ampliando o raio de atuação e banalizando tudo, inclusive lojistas que pagam caros aluguéis e se veem com uma concorrência desleal à sua frente e sem poder fazer nada.
Esse é um problema anunciado há 24 anos (1993), quando o então prefeito João Baptista da Motta, inspirado em um projeto executado em Brasília, criou o Shopping do Povo, atrás do terminal de Laranjeiras, para ser o grande centro popular de compras da Serra, deixando o interior de Laranjeiras para o comércio formal.
Motta, naquela época, percebera e antecipou o problema; deu azar na ganância do Governo do Estado, comandado pelo então petista Vitor Buaiz. Fiscais da Secretaria de Fazenda visitaram o local e aplicaram multa a cada lojista por falta de inscrição fiscal; o fato desestimulou a todos, comprometeu o empreendimento e Vidigal, na sua primeira gestão, acabou por decretar o fim do que poderia ser hoje o grande centro popular de compras, da cidade mais populosa do Estado.