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A sociedade precisa pautar o cancelamento do ano letivo para evitar o aprofundamento da desigualdade

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Foto: Divulgação

O retorno as aulas presenciais em meio à pandemia está entre os maiores desafios dos Governos, afinal, uma escola por natureza é local de aglomeração e interações sociais. No Brasil, o mais prejudicado é o aluno da rede pública, que em regra geral, está literalmente há 4 meses sem o vínculo com a escola.

Aqui na Serra, esse continente é de aproximadamente 70 mil pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos do EJA. Depois da rede estadual, a Serra é a dona da maior estrutura educacional pública no ES.

O sistema brasileiro de ensino público de maneira geral, não estava preparado para a pandemia (salvo determinados cursos em algumas universidades e institutos federais). A situação grossa, é de abandono, ou, medidas insuficientes.

Esse despreparo escancarou uma realidade secular: a desigualdade. Enquanto alunos da rede pública estão sem vínculo com a escola, boa parte das redes privadas investiram em tecnologia e estão mandando vê no ensino a distância, com aulas virtuais, que muitas vezes são até mais exigentes do que as presenciais.

Se antes o aluno das escolas privadas já tinha melhores condições de estrutura para competir com os da rede pública, a pandemia abriu essa ferida com facão. Na prática, quem pode pagar uma escola de porte médio que investiu no ensino a distância, não deixou de estudar e acumular conhecimento, e portanto, está (ainda) mais condicionado a competir tanto nos processo seletivos quanto no mercado de trabalho em vista dos demais alunos da rede pública. É uma relação darwiniana.

Em alguns estados, já se fala em retorno das aulas, algo que têm muita resistência entre pais de alunos. Naturalmente, como manter distanciamento numa sala de aula lotada? Alguns países que estão a frente do Brasil na cronologia da pandemia, já ensaiaram o retorno as aulas presenciais.

No entanto, ainda não há um case de sucesso total. Reino Unido abriu escolas e apenas metade dos estudantes compareceram. Coréia do Sul e França semanas após reabrir tiveram que fechar novamente diante de surtos de contaminação. E olha que são países com sistemas de educação mais sofisticados do que o Brasil, e culturalmente mais disciplinados.

No Brasil, já se fala em retorno as aulas, a Prefeitura de São Paulo disse que em setembro pretende retomar, e anunciou vários malabarismos para evitar o contágio, como suspender atividades presenciais em grupos, limitar a quantidade de alunos à metragem da sala, revezar horários de entrada, saída e recreação, sinalização de rotas dentro da escola para minimizar as chances de contato entre alunos e criar rotina de triagem e higienização na entrada das escolas. Coisas que no papel parecem bonitas, mas na vida real, pouco aplicáveis.

Ou seja: 1° se o retorno as aulas ainda é arriscado; 2° mas caso volte mesmo assim, é grande a chance de boa parte dos alunos não comparecerem; 3° e parcela expressiva dos alunos da rede privada seguem estudando virtualmente e aprofundando a disparidade entre público e privado, resta uma medida pouco falada: o cancelamento do ano letivo.

Esse pode ser um remédio amargo e surreal, mas o momento é de total excepcionalidade. Esse tema precisa entrar em debate como uma possibilidade de evitar o aprofundamento da desigualdade. A sociedade precisa ter coragem de pautar o debate do cancelamento do ano letivo. Até porque já beiramos agosto, daqui para o fim do ano, são apenas 4 meses e a pandemia não dá sinal de arrefecimento.

Veja o caso do Espírito Santo, da qual as regiões encontram-se em momentos diferentes da pandemia. A Grande Vitória atingiu um ponto de recuperação e os municípios saíram da classificação de alto risco. Entretanto, o vírus está em escalada no interior. Voltar às aulas na Grande Vitória e manter escolas fechadas no interior? Se já é desigual comprar as condições de ensino entre alunos da rede pública e privada das grandes cidades capixabas, imagina compará-la com as condições oferecidas no interior, onde há mais escassez de recursos.

O cancelamento do ano letivo pode dar tempo para tirar o atraso dos alunos que não estão tendo aula. Além de oferecer condições para as cidades investirem em combater a exclusão digital e democratizar o acesso à internet. É lógico que o impacto de uma medida dessa vai ser em escala e demorará anos para ser equalizado, mas é para isso que servem debates, no sentido de encontrar soluções e mitigar os problemas.

Em junho a hashtag #CANCELAMENTOANOLETIVO2020 chegou liderar o Twitter, onde vários jovens pediam que a medida fosse adotada pelo Ministério da Educação. Entre as razões, eles alegaram falta de internet (ou de internet de qualidade), falta de ambiente apropriado e falta de saúde mental para lidar com a EAD (educação a distância) estão entre as queixas dos alunos.

A proposta precisa ser amplamente discutida com a comunidade escolar e as entidades de representação tanto dos alunos quando das escolas e faculdades, que inclusive serão muito impactadas financeiramente. É de responsabilidade do Poder Público promover e liderar o processo ou não dá retomada das aulas e pesar os prós e contras do cancelamento do ano letivo e prever formas de auxiliar as instituições como por exemplo, ajuda financeira para manutenção dos empregos das instituições particulares.

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