Flora Antônia
No mês dedicado a elas, Tempo Novo vem ouvindo as serranas sobre aspirações e angústias das mulheres contemporâneas. Agora é a vez das mulheres entre 30 e 45 anos. E uma das maiores preocupações de quem está nesta faixa etária é sobre conciliar carreira profissional e maternidade.
Karla Fraga tem 35 anos, mora em José de Anchieta e trabalha numa lotérica em Laranjeiras. “Sou solteira e não tenho filhos. Pra eu ser mulher é viver um turbilhão de emoções, é ser uma e ter várias dentro de si. Eu tenho sonho de ser mãe, apesar da idade, e desejo cursar uma faculdade. Tenho também vontade de ter meu próprio negócio na área de estética. Mas temo a violência que está aumentando cada vez mais, assim como a corrupção e a falta de respeito a nós brasileiros”, desabafa.
Moradora de Jacaraípe, a professora Lucineia Ayres, 44 anos, diz que ser mulher é poder escolher entre ser do lar e ter filhos ou trabalhar e ser bem sucedida na área profissional. Lucineia, que é especialista no trabalho com surdos na rede pública de educação, não tem filhos, mas revela desejo de adotar.
“Talvez eu tenha uma opinião machista, pois acho que as mulheres se esforçam muito para dar conta de todos os compromissos: casa, filhos e trabalho. Optei pelo crescimento profissional e financeiro. Percebo que os parceiros valorizam as mulheres financeiramente independentes e enquanto não querem assumir responsabilidades desvalorizando as mulheres dependentes deles. Planejo continuar investindo na minha carreira profissional, adotar uma criança, viajar e cuidar do bem estar físico e emocional”, revela Lucineia.
Já a também moradora de Jacaraípe e professora, Marciele Tellaroli, 42 anos, se desdobra para criar o único filho, mesmo contando com a ajuda do marido. “Ser mulher é saber que em mim habitam forças capazes de mudar tudo a minha volta sem perder a sensibilidade. Desejo que as mulheres sejam respeitadas. Não por questão de gênero, mas por ser uma pessoa, sem definição de sexo”, crava.