Quando a “dor de cabeça” é dor de cabeça mesmo

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Caroline Hoffmann: "Tomo café para tentar evitá-las. Remédio, só em último caso", diz a gerente de cerimonial. Foto: Edson Reis
Caroline Hoffmann: “Tomo café para tentar evitá-las. Remédio, só em último caso”, diz a gerente de cerimonial. Foto: Edson Reis

Por Clarice Poltronieri

É difícil, senão impossível, encontrar uma pessoa que não tenha dor de cabeça de vez em quando. Há quem sinta com mais frequência e intensidade, situação que pode esconder problemas de saúde mais sérios. Para além dos tratamentos médicos, quem sofre com a dor frequentemente acaba criando sua própria ‘receita’ para afastar o incômodo e tocar as tarefas do dia a dia.

É o caso da gerente de um cerimonial infantil em Morada de Laranjeiras, Caroline Hoffmann, que já viveu uma situação extrema. “No 3º ano do ensino médio, tive uma dor tão forte que não conseguia suportar a luz. Meu amigo cobriu meu rosto com sua blusa de frio e me guiou pela mão até em casa. Hoje ainda tenho dores de cabeça frequentes, mas tomo café para tentar evitá-las. Remédio, só em último caso”, conta.

Rosangela Alves Correia Batista, de André Carloni, trabalha em uma pizzaria e volta e meia é atormentada pela dor. “Já tive crises de parar no hospital, mas hoje as dores são pela poluição do ar, que me dá rinite e sinusite. Como sei a medicação indicada pelos médicos, já ando com minha cartela na bolsa, que ainda divido com os colegas do trabalho”, confessa.

Neurologista do Hospital Metropolitano, Sooyang Lee, diz que as dores de cabeça são comuns e a maior parte delas não é grave. “A principal causa é sono de má qualidade, seguidos da má alimentação e estresse. Postura inadequada e uso errado de medicamentos também causam o problema”, explica.

Exagerado

A médica alerta que o uso exagerado de analgésicos pode gerar o efeito oposto. “Quem consome mais de quatro comprimidos por semana em mais de três meses pode ter dor de cabeça crônica, especialmente se for medicamento composto. A dipirona em excesso causa leucopenia (diminuição dos leucócitos) e o paracetamol, hepatite medicamentosa. Deve-se evitar a automedicação”, aconselha.

Há ainda casos em que o médico deve procurado de imediato, de preferência o neurologista. “Quem tem mais de 50 anos e nunca teve dor de cabeça, mas ela apareceu de repente ou quem fica cerca de 15 dias com a dor se repetindo por mais de três meses seguidos”, conclui.

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Gabriel Almeida

Jornalista há mais de ano anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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