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Imobiliária é acuada por acusações de impactos em bairro da Serra e avalia ressarcir moradores

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Moradores durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa. Foto: Divulgação

A audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa com o intuito de buscar soluções para a polêmica construção do loteamento da Imobiliária Universal em Costa Bela, na Serra, foi marcada por tensão e terminou sem respostas. Isso porque a representante enviada pela empresa para discutir os impactos da obra junto aos moradores afetados não soube responder os questionamentos feitos pela Comissão de Cidadania.

A audiência aconteceu na tarde desta terça-feira (31) a pedido do deputado estadual Bruno Lamas, que também é vice-presidente da comissão. O clima tenso entre o grupo de moradores e a empresa ficou claro, a partir dos cartazes colados nos vidros que separam a galeria do auditório Judith Leão Castello Ribeiro, com os dizeres:

“Imobiliária Universal realizando seus sonhos à custa do meu sono”, “Universal cadê você? Estou aqui para resolver” e “Estamos sendo prejudicados por esta obra e ninguém nos ouve”.

Para responder pela empresa, compareceu a gerente de Marketing e Relações Institucionais, Juliana Botelho. Entretanto, de acordo com a assessoria do deputado Bruno Lamas, ao ser questionada pelo parlamentar, Juliana admitiu que não tinha respostas para parte das perguntas feitas por ele, entre elas: “a área foi adquirida de quem? Qual o prazo de conclusão da obra? Qual o número de unidades comercializadas? E se as licenças estão de posse da empresa?”, disse em nota.

Bruno Lamas fez o pedido da audiência pública. Foto: Divulgação

Juliana, por sua vez, ainda segundo a assessoria, alegou que não fazia parte da equipe técnica e que não dispunha das informações no momento, que o setor de engenharia ainda estava fazendo os cálculos de duração da obra e que nenhuma unidade foi comercializada, de um total de 300.

Leia também: Prefeitura aponta ‘show de irregularidades’ de imobiliária na Serra, que por sua vez cobra provas

Empresa vai fazer cadastro para analisar supostos prejuízos

Apesar disso, também houve avanços durante a audiência. Entre eles, a garantia de participação de membros da imobiliária numa reunião marcada para o próximo dia 11, na própria comunidade, em que a empresa se comprometeu em elaborar um cadastro dos atingidos pelo empreendimento e analisar, caso a caso, os supostos prejuízos, para, comprovada a sua responsabilidade, tomar as devidas providências.

O que disseram os moradores

Manifestação realizada há duas semanas. Foto: Divulgação

Na audiência, não faltou acusações contra a Universal. Um grupo de moradores do bairro Costa Bela se revezou no microfone denunciando irregularidades na construção do novo loteamento, o que estaria causando forte impacto e transtornos para a comunidade.

“Há anos a imobiliária vem realizando movimentações nesse terreno de forma descontinuada, com longos intervalões entre uma ação e outra. Dado o início da movimentação na área do loteamento, percebeu-se que a retirada das árvores e a compactação do solo provocada pela movimentação das máquinas estavam promovendo um acúmulo de água em uma parte específica do loteamento e que isso poderia ter impactos indesejáveis”, alertou Adenis Laurete Júnior, um dos representantes dos moradores.

De acordo com o morador, essa ação culminou com a derrubada de um muro, gerando severos danos e transtornos. “No ano passado, em um período de chuvas muito fortes, o muro de uma moradora veio ao chão durante a madrugada e toda água acumulada nessa parte mais baixa do terreno, localizada exatamente atrás do muro dessa moradora, invadiu a sua residência e alagou a rua, chegando a invadir outras residências”, apontou.

Outra queixa dos moradores é de que o aterramento realizado na área ultrapassou a altura dos muros das residências em seu entorno. Dessa forma, segundo eles, a poeira causada pela ação, e, principalmente, a insegurança gerada, facilitaria a invasão das residências por parte de ladrões. Eles reclamam ainda da falta de um sistema de drenagem e de muros de arrimo na obra.

A moradora Daniele Curty reclamou da falta de retorno a respeito das demandas. “A gente busca diálogo há mais de um ano. Nós temos ofícios enviados tanto para a imobiliária, quanto para a prefeitura e não tivemos resposta sobre o projeto. Nós temos ali uma importante Área de Preservação Ambiental (APA), que foi catalogada pela Ufes, onde a gente encontra uma fauna e uma flora extensas. Há prejuízos ao meio ambiente”, alertou a convidada.

Empresa se defende das acusações

De acordo com a assessoria de imprensa de Bruno Lamas, a representante da Imobiliária Universal declarou que a empresa tem mantido diálogo com a Associação de Moradores do bairro.

No entanto, segundo ela, as pessoas impactadas pela obra não se sentem representadas por essa associação e exigem um canal direto de diálogo entre a construtora e os impactados diretamente pelo empreendimento.

“Já inclusive marcamos, a pedido deles, num sábado, lá no loteamento, para que a gente vá ao local com nossa equipe de conciliação e engenharia e faça um apanhado de quais são as queixas, quais são os prejuízos, quais são as inconsistências que existem, para que elas sejam tratadas. E qualquer tipo de dano que ficar comprovado que é um reflexo de nossa obra, temos total abertura de identificar e total interesse de resolver e sanar isso”, assegurou ela, de acordo com a assessoria.

O deputado Bruno Lamas solicitou que fossem encaminhadas à Comissão todas as licenças de funcionamento da obra e também o projeto de execução. Outra sugestão dada pelo parlamentar foi que a próxima reunião para tratar do caso seja realizada em conjunto com a Comissão de Defesa do Consumidor.

O parlamentar também pediu a criação de uma comissão dos afetados pelas obras. “A Associação de Moradores trata de Orçamento Participativo e de outras questões. Eles não estão presentes aqui porque não quiseram participar, porque foram convidados por essa Comissão. Então, que seja criada uma comissão dos afetados, pessoas que têm residência que fazem limite com o empreendimento. Que fossem encaminhados esses nomes para que possamos tratar diretamente”, finalizou.

Entenda o caso

A denúncia dos moradores sobre os impactos da obra foi divulgada pelo Jornal Tempo Novo na última sexta-feira (20). Conforme informado, a bucólica comunidade, que antes era acostumada com muita tranquilidade, está passando por um verdadeiro pesadelo, com direito a inundações, rachaduras nas residências e muito barulho. Tudo isso, segundo os populares, está sendo causado pela obra da Imobiliária Universal.

Na ocasião, os populares chegaram a realizar uma manifestação exigindo que a empresa apresentasse soluções para os problemas denunciados. O morador do bairro, Adenis Júnior, é vizinho de muro com o loteamento. Em conversa com o Jornal Tempo Novo, ele explicou que a imobiliária está realizando um talude muito próximo as residências e com altura superior aos muros já existentes. Adenis afirma que isso já fez, inclusive, muros desabarem e casas sofrerem com infiltrações.

Com o novo loteamento, a imobiliária implantou novas vias e fez com que Costa Bela passasse a ter ligação direta com a região da Grande Jacaraípe, nas proximidades dos bairros São Francisco, Praia de Capuba e Enseada de Jacaraípe. Ocorre que anteriormente havia apenas um acesso para Costa bela, através da Rodovia ES-010, o que comunidade atribuía ao baixo índice de criminalidade comparado aos bairros vizinhos.

Situação essa que mudou nos últimos meses. Adenis Júnior afirma que o medo está imperando nos moradores do bairro, já que aumentou a presença de criminosos na comunidade. “Alguns moradores sequer conseguem dormir a noite com medo de invasões nas suas casas. Além dos danos materiais, essa obra está trazendo muita preocupação com a nossa segurança”, denunciou.

Polêmica com loteamento é antiga

O loteamento da Universal causa problemas desde antes sair do papel. Em 2017, o Tempo Novo já demonstrou a preocupação dos moradores com a construção, que ainda nem havia sido iniciada. Na época, a imobiliária estava sondando os moradores para compra de terrenos, o que iria permitir que o loteamento seja feito.

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