Familiares e casais esperam fazer as pazes após brigas por eleição

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O casal Paulo e Érica combinou de um não tentar mudar o voto do outro: ele é Bolsonaro e ela fecha com Haddad. Foto: Fábio Barcelos

 

O casal Paulo e Érica combinou de um não tentar mudar o voto do outro: ele é Bolsonaro e ela fecha com Haddad. Foto: Fábio Barcelos

Atire a primeira pedra aquele que nunca discutiu ou teve que se segurar para não perder uma amizade por conta de eleição para presidente, principalmente neste segundo turno polarizado e virulento entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Amizades desfeitas, relacionamentos familiares abalados viraram lugar comum. Mas, e depois das eleições? Os vínculos serão reestabelecidos?

Patrícia Ramos, de Laranjeiras, acredita que sim. Ela admite que já discutiu com parentes e amigos por conta das eleições. “Uma boa parte da minha família vota no Haddad e eu e meu esposo somos eleitores do Bolsonaro. Por conta disso o grupo da família no WhatsApp já tinha virado um palco para discussões. Há algumas semanas fizemos um almoço com os parentes e não deu outra, brigamos bastante. Mas espero que após a política voltemos a nos falar normalmente”, disse.

O mesmo também aconteceu com a Julie Roque, de Novo Horizonte. Ela apoia o Haddad e conta que já desfez amizades por conta da eleição. “Um amigo veio conversar sobre política comigo e quando descobriu em qual candidato eu vou votar acabamos discutindo. Pelo menos nesse momento não tem como a gente se comunicar, mas após a política quero mandar uma mensagem ou ligar para ele para tentar reatar a amizade. Não acho legal perder amigos ou parentes por conta de políticos, mas infelizmente acontece”, explica.

Mas e quando o casal não tem a mesma opinião política, será possível manter um relacionamento saudável mesmo votando em candidatos diferentes? Érica Campos, que é casada com Paulo Montarroyos, garante que sim.

Érica apoia o Haddad e Paulo é eleitor do Bolsonaro. Ela explicou que os dois já chegaram a debater sobre os candidatos, mas nunca brigaram. “Não brigamos, mas já conversamos e cada um defendeu seu ponto de vista. Quando começou a chegar próximo a votação do primeiro turno, combinamos de não ficar tentando mudar o voto do outro. Poderíamos até conversar, porém quando vimos que iria gerar briga, ele mesmo pedia para mudarmos de assunto”, disse Érica.

Paulo Montarroyos confessa que pede para mudar de assunto. “Na maioria das vezes eu mudo de assunto para não acabar brigando por conta de candidatos. Agora quando estamos com nossos amigos e familiares debatemos bastante, porém respeitando o ponto de vista de cada um”, garante.

Também em campos opostos, a convivência entre o casal Carlos Eduardo Santos e Catiane Nunes tem sido mais complicada. Ela apoia o Haddad e ele é eleitor do Bolsonaro. “Tentamos conversar, mas acabamos discutindo por conta da política. No momento prefiro evitar comentar sobre esses assuntos com a Catiane”, relata.

A polarização atinge também relacionamentos entre mãe e filho. Caso de Maria do Carmo e seu filho Arthur do Carmo. “Ele apoia o Bolsonaro e eu sou petista. Temos várias divergências e é uma briga dentro de casa, mas claro que nunca iremos ofender ou deixar de falar um com o outro. Quando essa eleição passar vamos ficar em paz novamente”, afirma Maria do Carmo que é mais conhecida como Lilico

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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