Ana Paula Bonelli
Cento e dez pessoas foram mortas no Espírito Santo em cinco dias. A informação é do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol-ES). Segundo o coordenador do Departamento Jurídico do Sindipol, Jânio Araújo, este número se refere ao período de sábado (4) até às 13 horas da quinta-feira (9). Ainda não se tem informações de quantos destes homicídios aconteceram na Serra.
Desde que familiares e amigos dos PM´s fecharam a saída dos batalhões, movimento iniciado no último final de semana, os militares alegam que não conseguem sair para patrulhar as ruas.
A situação começou na noite da sexta-feira (3) e ficou intensa a partir do sábado (4). Desde então uma onda de assaltos, arrastões, homicídios e arrombamentos tomou conta do Estado, fazendo com que a população não saísse mais de dentro de casa.
Homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança estão no Estado para reforçar a sensação de segurança dos capixabas. A expectativa é de que 1.850 homens já estivessem no ES até o final da tarde desta quinta-feira (09), segundo informação da Agência Brasil.
Mesmo assim, muitas pessoas continuam trancadas dentro de casa. É o caso de Bárbara Lopes, moradora de São Patrício, região de Jacaraípe. “Trabalho em Vila Velha e não consigo ir na empresa desde segunda. Não me sinto segura. Ouço tiros, tem pessoas estranhas andando nas ruas. Não aguento mais ficar dentro de casa, sinto-me prisioneira dentro de minha própria residência”, declara.
A fisioterapeuta Raquel Pereira mora em Feu Rosa e desde sábado não vai para casa. “Estou abrindo minha empresa que fica em Morada de Laranjeiras, pela manhã e à tarde eu fecho. A sensação de insegurança é muito grande e prefiro não arriscar. Por enquanto estou ficando na casa de uma tia em Laranjeiras”.