Vidigal ‘puxa orelha’ de Arnaldinho e diz que Ricardo “só não será governador se não quiser”

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Vidigal Ferraço Casagrande
Sergio Vidigal, Renato Casagrande e Ricardo Ferraço. Crédito: Divulgação

O ex-prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), saiu em defesa da pré-candidatura de Ricardo Ferraço (MDB) ao governo do Estado em 2026. De quebra, não poupou indiretas ao prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, que atualmente orbita o grupo do governador Renato Casagrande (PSB) na tentativa de se viabilizar como candidato dentro do campo governista.

Vidigal, que já teve seu nome especulado como possível candidato ao governo, vem reforçando cada vez mais seu apoio ao atual vice-governador, considerado o nome natural do grupo político liderado por Casagrande.

A coluna conversou com Vidigal e ao comentar os movimentos pré-eleitorais de Arnaldinho, o ex-prefeito afirmou:

“Gratidão na política é uma coisa muito esquecida, mas ela é necessária. Não podemos esquecer dos pequenos começos. Os prefeitos do Espírito Santo têm que ter no seu dicionário a palavra gratidão com o grupo de Casagrande. Nunca foram feitos tantos investimentos — Vila Velha é a que mais recebeu, por exemplo.”

Com a autoridade de quem é o prefeito mais longevo da história política da Serra, Vidigal reconhece que Arnaldinho tem seus méritos, mas ressalta que o bom desempenho da gestão canela-verde passa, em grande parte, pela parceria com o governo Casagrande, que teria sido decisiva para mudar a realidade do município.

“Esse movimento que Arnaldinho faz atrapalha até Vila Velha, pois o projeto que mais ajudou a cidade foi o de Renato — e a continuação dele é com Ricardo. A prova disso está na história: os prefeitos que lá passaram não conseguiram nem ser reeleitos. Em comum, todos tiveram conflitos com o governador da época. Com Arnaldinho a relação foi totalmente diferente — o governo deu tudo que podia em termos de investimentos e ações.”

Vidigal também lembrou que Vila Velha, assim como Cariacica, tem baixa capacidade de investimento.

“Ricardo é o único consolidado”, defende Vidigal

Na prática, o que Vidigal parece querer dizer — e que Arnaldinho talvez ainda não tenha compreendido ou aceite — é que a sucessão não será apenas de Casagrande, mas também de Ricardo Ferraço. Isso porque, com a saída prevista de Casagrande em abril de 2026 para disputar o Senado, Ferraço assumirá o governo e poderá disputar a reeleição estando no exercício do cargo, sem necessidade de desincompatibilização.

Ou seja, o atual vice-governador se tornará, de fato e de direito, o principal nome da base governista — e poderá, inclusive, escolher a si próprio como candidato à sucessão:

“Parte da política do Espírito Santo parece que esqueceu que Ricardo será o governador e só não vai disputar a reeleição se ele próprio não quiser. Ricardo é o único pré-candidato consolidado na disputa. Os outros terão que se descompatibilizar. Será que compensa? Não sei… essa avaliação é de cada um”, disse Vidigal.

“Mudança de rumo não faz sentido”

Para o ex-prefeito da Serra, qualquer tentativa de divisão dentro do grupo liderado por Casagrande é um desserviço à continuidade de um legado de obras e investimentos.

“Todos os prefeitos do Estado sabem o quanto foi importante o perfil municipalista de Casagrande. Uma mudança de rumo não faz sentido. Ricardo tem todas as condições: tem viabilidade eleitoral, conhece o Estado e tem experiência.”

Com assertividade, Vidigal encerrou a conversa com a coluna reafirmando sua convicção: Ricardo é o nome mais preparado para dar continuidade à gestão capixaba — especialmente em tempos de instabilidade nacional e de desafios nas relações internacionais que impactam diretamente o Espírito Santo.

Foto de Yuri Scardini

Yuri Scardini

Yuri Scardini é diretor de jornalismo do Jornal Tempo Novo e colunista do portal. À frente da coluna Mestre Álvaro, aborda temas relevantes para quem vive na Serra, com análises aprofundadas sobre política, economia e outros assuntos que impactam diretamente a vida da população local. Seu trabalho se destaca pela leitura crítica dos fatos e pelo uso de dados para embasar reflexões sobre o município e o Espírito Santo.

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