Um traficante natural da Serra, no Espírito Santo, está entre os mortos durante a grande operação policial deflagrada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação, que mobiliza cerca de 2,5 mil agentes das forças de segurança, tem como alvo integrantes da facção Comando Vermelho (CV).
De acordo com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o capixaba morto é Alisson Lemos Rocha, conhecido como Russo ou Gordinho do Valão.
Ele era morador de Nova Carapina, estava foragido no Rio e era procurado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, conforme apurado pelo Portal Tempo Novo.
Alisson já havia pertencido ao Primeiro Comando de Vitória (PCV), mas não fazia parte da cúpula do grupo.
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Megaoperação no Rio de Janeiro
A ofensiva policial – parte da Operação Contenção, que visa conter a expansão do CV em diferentes regiões do estado – resultou até o fim da manhã em 20 mortes e 81 prisões, segundo balanço parcial do governo fluminense. Entre as vítimas fatais estão dois policiais civis e 18 suspeitos.
Os agentes apreenderam 31 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Durante a ação, traficantes reagiram com tiros e incendiaram barricadas, provocando pânico em várias comunidades. Cenas de intenso tiroteio, com cerca de 200 disparos em apenas um minuto, foram registradas por moradores.
Mortos e feridos
Os dois policiais mortos foram identificados como Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, lotado na 39ª DP (Pavuna).
Além deles, sete agentes de segurança ficaram feridos e três civis foram baleados, incluindo uma mulher atingida dentro de uma academia e um homem em situação de rua.
Alvo principal da megaoperação
Segundo a Polícia Civil do Rio, entre os presos está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos líderes do CV na região, além de Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro do traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso.
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada com antecedência e executada exclusivamente com recursos do estado. “Lamentamos as vítimas, mas essa é uma ação necessária, estratégica e que vai continuar”, declarou.
As comunidades atingidas pela operação somam cerca de 280 mil moradores. Escolas e postos de saúde precisaram suspender o funcionamento por causa dos confrontos.

