Por Thiago Albuquerque
Passa mês, entra mês e uma coisa não muda na Serra: a liderança no macabro ranking dos assassinatos no ES. Em agosto foram 29 mortes na cidade, o que representa 27% de todo o estado, que totalizou 196 mortes em agosto. Os números foram divulgados na última segunda-feira (19) pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Mas o número já ultrapassa 200 casos, pois só em setembro cerca de vinte casos foram registrados.
A participação da Serra no total de assassinatos da Grande Vitória, também permanece muito alta e agosto foi o 2º mês consecutivo onde a cidade teve 50% de todas as mortes entre os 7 municípios da região.
Em segundo vem Cariacica com 13 mortos; seguida por Vila Velha, 9; Vitória, 5; e dois casos em Guarapari. Não houve registro em Fundão e Viana. Lembrando que a população da Serra não chega a 1/3 do total de moradores da região metropolitana.
De janeiro a agosto deste ano, a Serra contabilizou 196 assassinatos. Uma média de 0,8 por dia. Mas mesmo com os números altos, tanto a Serra, quanto o estado – com 796 casos – tiveram redução em relação ao ano passado, quando observados os dados dos oito primeiros meses: 14% e 16%, respectivamente.
O Secretario de Defesa Social da Serra (Sedes), coronel Nylton Rodrigues, afirma que há uma tendência de redução dos homicídios. “Em 2002 foram 434. Já em 2008 foram 431, e no ano de 2015, 320 homicídios, sendo o menor número dos últimos 15 anos. E agora estamos com 14% de redução em relação a 2015”, frisa.
Para Nilton, a comparação com as cidades vizinhas não é justa. “Os números ainda são altos, mas há tendência de redução. Em 1970 a Serra tinha 19 mil habitantes e 45 anos depois chegou a meio milhão. Foi um forte crescimento populacional, uma explosão demográfica que nenhuma cidade do ES registrou”, argumenta.
Para o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, José Lopes, a grande extensão territorial é um dos fatores que torna os números da Serra mais altos que o dos vizinhos, mas ressaltou a tendência de queda. “A Serra já teve média de 45 homicídios por mês, hoje gira entre 23 e 25. “O estado tem tentado aumentar o efetivo policial e sou a favor de criação de dois batalhões da PM”, acrescenta.