Após ficar um período sem distribuir kits merendas, mesmo em meio à pandemia causada pelo coronavírus e com as atividades presenciais nas escolas suspensas, a Prefeitura da Serra prometeu que irá entregar, novamente, os alimentos para famílias de 70 mil alunos que estudam na educação municipal. A distribuição – que já ocorreu em meses anteriores – tem como objetivo ajudar matar a fome dos estudantes, principalmente daqueles que são de famílias com renda baixa.
A informação da nova entrega de kits foi dada pela Secretaria Municipal de Educação ao TEMPO NOVO, na tarde da última terça-feira (6). Agora, nesta quarta-feira (7), a Sedu explicou um pouco mais sobre o benefício, que segundo a pasta, será dado a todos os 70.645 alunos que fazem parte da Rede de Educação da Serra, a maior de todo o Espírito Santo. A distribuição dos produtos será feita pelas próprias unidades de ensino e os pais e todos os cuidados serão tomados para evitar a proliferação da Covid-19.
A Secretaria de Educação ainda disse à reportagem que os kits serão compostos por produtos orgânicos, mas não explicou muito sobre quais. Por meio de nota, se limitou a dizer que o kit contará com alimentos diretamente da agricultura familiar como frutas, verduras e laticínios. Nas ocasiões anteriores, a ‘cesta’ era composta por gêneros básicos, como 2 quilos de arroz; 2 quilos de feijão; 500 gramas de macarrão; 1 quilo de fubá; 1 quilo de canjiquinha; e 800 gramas de leite em pó.
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Segundo a Sedu, as famílias não precisam entrar em contato com as unidades de ensino, já que serão informadas pelas equipes sobre o dia e horário em que deverão ir à escola buscar a merenda. Assim como das últimas vezes, será feito um agendamento para evitar aglomerações. Vale lembrar, que todos os estudantes, sejam da educação infantil, ensino fundamental ou da educação de jovens e adultos, terão direito.
Kit merenda gerou polêmica
Nas últimas vezes em que a Prefeitura da Serra distribuiu os alimentos, as redes sociais foram tomadas de críticas a quantidade de produtos que vinham na ‘cesta’. Segundo pais de alunos, o alimento recebido não durava nem cinco dias, já que eram enviadas poucas coisas e com uma quantidade limitada.
Volta às aulas somente em 2021 na Serra
Sobre o não retorno das atividades presenciais, a Prefeitura da Serra esclareceu ainda que um possível retorno no final do mês de outubro – conforme a previsão de volta do ensino fundamental na rede estadual – não representaria um impacto positivo considerável na rotina do estudante. Isso porque, com a necessidade de realizar as aulas em sistema de rodízio, parte dos alunos iria frequentar presencialmente apenas dez dias letivos até o fim do ano. A outra parcela não conseguiria sequer participar da aula presencial, tendo em vista a quantidade de alunos atendidos pela rede municipal (ao todo, são 70.645 matriculados).
A prefeitura também estava realizando uma pesquisa com todos os segmentos da comunidade escolar (pais e responsáveis pelos alunos, diretores, professores, conselhos e entidades). A consulta ocorreu do mês de setembro até o último dia 2 de outubro. O TEMPO NOVO já havia adiantado os resultados parciais da pesquisa que ainda estava em andamento na semana passada.
No total, foram 21.598 pessoas ouvidas. Grande parte delas apontaram que a comunidade escolar e as famílias dos alunos se manifestaram contrárias ao retorno. A consulta identificou que 86,2% dos responsáveis pelos estudantes do ensino fundamental não querem a abertura das escolas este ano. Já na educação infantil 78,9% das famílias também não enviariam seus filhos para as creches, caso abrissem.
Segundo a Sedu, a consulta foi organizada por meio de um grupo de trabalho composto por profissionais da Sedu, Conselho Municipal de Educação, diretores de escola, entre outros segmentos.
