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Humorista acerta em cheio sobre vídeo da Serra e lembra ‘garfada territorial de Vitória’ – Entenda

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A humorista brincou com a ‘criação’ da Serra. Foto: Divulgação

Em 465 anos de história, a Serra passou por profundas mudanças de natureza territoriais; não só isso, até mesmo de nome. Isso porque, nem sempre a cidade chamou-se simplesmente ‘Serra’. Até 1875, quando a vila alcançou o foro de cidade, o local onde hoje é o lar de 540 mil pessoas, era conhecido como Nossa Senhora da Conceição da Serra.

Nessas idas e vindas da história e da tentativa de separação de Vitória (ocorrido em 19 de agosto de 1833) e constituição de um local reconhecido como autônomo, houve muitos conflitos em relação aos limites de cada cidade, em especial quando o assunto envolveu dinheiro e poder.

Esta reportagem foi motivada após a publicação de um vídeo da humorista capixaba Lara Santana, que faz um baita sucesso nas redes sociais ao transformar a vida e cultura do ES (e de suas cidades) em vídeos cômicos, bem humorados e com roteiros simples, porém sofisticados, que escondem entre umas frases ou outras, um conhecimento interessantíssimo sobre o ethos de nós, os brasileiros capixabas.

Entre um de seus quadros de humor está o de ‘criação de cidades capixabas’, que no caso da Serra simula uma conversa entre Deus, a capital Vitória e a própria Serra, que será ‘criada’. Lara traz problemas crônicos de forma cômica e leve, como, por exemplo, o travamento de mercadoria nos Centros de Distribuição dos Correios; cita o Mestre Álvaro como beleza natural no alto dos seus 833 metros, lembra em tom de humor a distância entre bairros da Serra, que atualmente já somam 128 comunidades, e ao fim simula uma discussão territorial entre Vitória e Serra, levando em consideração o fato de Vitória ser conhecida como uma ilha, porém, deter uma parcela continental.

A humorista trouxe com muita leveza um assunto que no passado gerou muita confusão entre as duas cidades e que tem como bastidor a necessidade de poder por parte da capital e dinheiro, muito dinheiro proveniente do Complexo de Tubarão. Por isso, a reportagem do TEMPO NOVO decidiu esclarecer o tema para aqueles que não conhecem essa parte da história da Serra.

A primeira afirmação a ser feita é: sim, a parte continental de Vitória já foi Serra; locais como Jardim Camburi, Jardim da Penha, Orla de Camburi, por exemplo, já fizeram parte da Serra, em um passado – historicamente falando – não muito distante. Para contribuir com as informações a reportagem, o historiador serrano, Clério José Borges, figura bastante conhecida na cidade em especial no meio cultural.

Em 31 de Dezembro de 1943, o município da Serra passou a ser constituído dos distritos de Carapina, Nova Almeida – que já foi um município separado – Queimado, Serra e Calogi (antigo Itapocu), conforme o Decreto-Lei nº 15.177/1943. É justamente nesta época que o município da Serra se estendeu até a ponte da Passagem, em Vitória. Ou seja, fazendo com que a capital fosse efetivamente apenas uma ilha.

Na década de 60 duas construções fizeram com que Vitória crescesse o olho no território continental norte. Havia a necessidade da construção do Aeroporto Eurico de Aguiar Salles – que já foi desativado para voos comerciais – projeto que traria status a Vitória, que na época era uma das poucas capitais sem aeroporto no país. O local mais adequado era ao extremo norte da Serra; fato que incitou Vitória a crescer sobre a Serra.

O outro projeto de macro era a construção do Porto de Tubarão e a construção das empresas, Companhia Siderúrgica de Tubarão (antiga CST e atual Arcelor Mittal Tubarão) e Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale). Projeto que traria desenvolvimento econômico para a região, além da arrecadação de altíssimos impostos, já que naquela época a Lei Kandir não existia.

Com o forte poder político da capital, a Serra não tinha muito que fazer; e com isso os limites territoriais foram mudados, pela Lei Estadual N.º 1919, de 31 de dezembro de 1963 e boa parte da área passou para o Município de Vitória, que passou a ter um aeroporto e arrecadar muito dinheiro com o Complexo de Tubarão em operação. Após disputas políticas e nos tribunais que se estenderam por quase 50 anos, os municípios de Vitória e Serra tiveram seus limites territoriais definidos.

A sanção do Projeto que determinou as áreas pertencentes às duas cidades foi assinada no dia 28 de Dezembro de 2012 pelo governador Renato Casagrande, que exercia seu primeiro mandado de governador à época. Para chegar a esse resultado, foram realizados intensos debates e negociações entre as prefeituras, que no caso da Serra estava nas mãos do atual prefeito Sergio Vidigal, além da participação de deputados estaduais e de membros do governo estadual.

A partir da assinatura do governador, a Serra abriu mão da parte continental que Vitória ocupou em 1963, porém, consolidou os bairros Boa Vista II, Eurico Salles, Hélio Ferraz, Conjunto Carapina, Bairro de Fátima e Carapebus, além do Clube Aert como território serrano, passando assim a ser a cidade capixaba mais populosa do Espírito Santo, com mais de 417 mil habitantes.

Outras questões envolvidas na disputa territorial também foram sanadas. A partir da publicação do decreto, a área onde fica a Reserva Ecológica do Lameirão, região de manguezal, ficou com a Capital. A região onde ficam as empresas ArcelorMittal Tubarão ficou com a Serra (apesar do Porto de Tubarão não ter entrado), e a Vale, em Vitória, não houve alterações. A Lei que definiu os novos limites entre Serra e Vitória recebeu o número 9.972 e foi publicada no Diário Oficial de 28/12/2012.

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