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Estivemos no Contorno do Mestre Álvaro: conheça em detalhes a maior obra das últimas décadas na Serra

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Trecho do Contorno já está recebendo pavimento na região de Itaiobaia. A cor escura é por conta da manta impermeabilizadora onde será colocado depois o piso de concreto da pista. Foto: Divulgação

Apesar de atrasadas – o contrato previa inicialmente conclusão em outubro do ano passado – as obras do Contorno do Mestre Álvaro seguem acontecendo. Tanto que a pavimentação até já começou a ser feita numa parte. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), a expectativa é a de que o novo trecho da BR 101 fique pronto em outubro de 2023.

A obra deve aliviar o tráfego em 36 bairros do município cortados pelo atual traçado da BR 101, já que vai transferir o trânsito pesado para fora do perímetro urbano da Serra, fazendo com que o atual trecho da BR-101 que corta a cidade seja municipalizado, transformado em uma avenida municipal.

O TEMPO NOVO percorreu, na última terça–feira (10), os 19,7 km entre a região do Jacuhy (ponta sul) e Chapada Grande (ponta norte). E viu movimentação intensa de caminhões, máquinas e operários ao longo da nova rodovia. O mesmo se constatou no galpão usado pelo Consórcio Mestre Álvaro (formado pelas empreiteiras Contractor, Sulcatarinense e Enecon) como área administrativa, almoxarifado e montagem de estruturas. Movimento que também se fazia grande nas usinas de concreto montadas ao longo da futura estrada para suprir a demanda desta que é a maior obra pública em andamento no ES.

Partindo do sul, na altura do Contorno do Vitória, percebeu-se que já está pronto o viaduto sobre a ferrovia Vitória-Minas. No entanto esse trecho segue mais atrasado que os demais. Ele passa sobre os alagados do Mestre Álvaro e ali, a rodovia, em seus primeiros quilômetros, ficará sobre um elevado.

Pelo menos parte das colunas que sustentarão esse elevado já estão colocadas. Vale lembrar que esse trecho é o mais delicado do ponto de vista da drenagem, uma vez que acumula grande volume de água em épocas de chuva intensa. Na superchuva de dezembro de 2013, por exemplo, a água chegou a cobrir empresas instaladas nos polos Jacuhy e Piracema, impedindo algumas deles de funcionar por pelo menos duas semanas.

Seguindo na direção norte, chega-se à região do presídio do Queimado. Dali pra frente a obra está mais adiantada, com aterros, cortes de solo e rocha (terraplanagem) quando não concluídos, já perto dos arremates finais. Inclusive com parte da pavimentação – que será em concreto – já sendo aplicada entre as localidades do Queimado, Garanhus, Itaiobaia e Muribeca.

Há viadutos instalados, estrutura de drenagem e passagens subterrâneas para animais silvestres instalados em boa parte do trajeto.

Custo subiu de R$ 289 milhões para mais de R$ 450 milhões

Segundo o site do DNIT, já foram aplicados na construção, R$ 230,6 milhões. E ainda falta empenhar praticamente metade, R$ 225,7 milhões. Ao todo, o custo previsto do Contorno do Mestre Álvaro está estimado em R$ 456,4 milhões. Vale lembrar que, inicialmente, o projeto estava orçado em R$ 289 milhões.  Os recursos são do Governo Federal.

O site do DNIT também informa que mais de 80% da terraplanagem está concluída . Já a pavimentação está na fase inicial, com pouco menos de 5% do serviço feito. Na próprio site do DNIT há a informação de que a obra está em atraso e que a previsão de conclusão agora é para outubro de 2023. No entanto o contrato com o consórcio segue até janeiro de 2024.

A reportagem questionou os gestores de campo do Consórcio sobre as razões do atraso. Mas eles disseram não terem autorização do DNIT para falar com a imprensa. Dois funcionários do DNIT que estavam supervisionando os trabalhos também não toparam dar entrevista. Mas, ao longo da estrada, alguns operários disseram que as chuvas nos últimos anos tiveram influência, uma vez que boa parte da estrada atravessas áreas brejosas. E que em 2022 o ritmo aumentou ajudado pela estiagem que ocorre na região.

Mudanças na paisagem

Com as obras avançadas, a região do Contorno do Mestre Álvaro já é outro lugar. O bucolismo das fazendas de gado em criações extensivas, deu lugar a intenso trânsito de caminhões, guindastes, tratores e outras máquinas pesadas empregadas nesse tipo de construção. Além, claro, da presença de trabalhadores da obra, que segundo o DNIT são 186 no momento.

As fazendas com seus gados ainda estão no entorno, mas já há quem esteja aterrando propriedade para transformar a área em usos não rurais associados à presença do novo trecho de uma rodovia federal (BR-101) duplicada, que liga o país de norte a sul pelo litoral.

E tem também os impactos ambientais. Foi necessário aterro de parte de áreas alagadas e matas ciliares da bacia do ribeirão Brejo Grande, que ajuda a formar os manguezais do Lameirão na baía de Vitória. E da bacia do ribeirão Juara, um dos formadores da lagoa Juara em Jacaraípe, a maior da Serra.

Inclusive nas bordas dos aterros, mesmo sem chuva, as águas estavam amareladas por conta do contato com o solo exposto. Água esta que também está sendo captada pelos caminhões pipas usados para a umectação do assoalho sobre o qual ficará a rodovia.

Com a estiagem ficando mais intensa, há muita poeira na região em consequência da movimentação das máquinas, cortes de pedra, fabricação de concreto e outras atividades associadas ao projeto.

O trecho atravessado pela nova pista é de grande sensibilidade, uma vez que faz parte do Parque Ecológico Duas Bocas–Mestre Álvaro.

Novo desenho urbano para a Serra  

A expectativa é a de que o Contorno do Mestre Álvaro alivie um dos principais gargalos do trânsito no ES: o trecho da BR 101 entre Carapina e Serra Sede. Espera-se que cerca de 15 mil veículos, dentre eles os de carga, deixem de passar pela área urbana do município diariamente, que irá se transformar em avenida municipal o atual trecho da 101 que corta a cidade.

Como a Eco 101 é concessionária que administra o trecho capixaba da rodovia, ela irá incorporar o Contorno do Mestre Álvaro, embora o projeto esteja sendo bancado 100% por dinheiro público. Por outro lado a Eco deixará  trecho entre Carapina e Serra Sede para a Prefeitura, que irá receber o passivo da obra incompleta do trevo de Cidade Pomar, trecho que inclusive estava sem manutenção e com pista esburacada na última terça-feira (10).

Além disso, deixará para trás 10 km sem duplicação, que compreende o trecho do km 257 (em frente a sede da Prefeitura da Serra) até o km 247 (entrada norte do futuro Contorno, pouco depois do posto da PRF). Esse trecho que será deixado para trás pela Eco, corta bairros populosos como Belvedere, Divinópolis e Jardim Bela Vista, por exemplo.

E o Contorno do Mestre Álvaro deve também gerar expansão urbana na região, apesar da promessa da Prefeitura de não permitir mudança nas regras de uso do solo das áreas mais sensíveis, como os alagados.

Tanto que há pelo menos um terreno rural aterrado para fins de outros usos entre o Queimado e Garanhuns. E na região de Chapada Grande, ponta norte do Contorno, há um aterro de grande porte sobre uma área até então usada como pastagem.

NÚMEROS
19,7 km de rodovia duplicada com pavimento em concreto
34  passagens para animais silvestres, sendo 32 subterrâneas e 2 suspensas.
15 mil veículos deixarão de circular por dia entre Carapina e Serra Sede
R$ 456,4 milhões é o custo total estimado da obra, metade já foi investido.
31/10/2023 é a data prevista para a entrega da obra.

 

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