A Páscoa chega e, junto com ela, aquele cheirinho inconfundível de chocolate espalhado pelas prateleiras. O coração até bate mais forte — principalmente o dos chocólatras de plantão. Mas a pergunta que sempre paira no ar é: chocolate faz mal?
Como nutricionista, posso te afirmar: depende. O chocolate, assim como qualquer alimento, pode fazer parte de uma alimentação saudável — desde que consumido com moderação e de preferência em versões com maior teor de cacau. Vamos conversar sobre isso?
Chocolate é tudo igual? Não mesmo!
Antes de tudo, é importante entender que existem diferentes tipos de chocolate, e isso muda completamente o seu valor nutricional:
• Chocolate ao leite: é o mais popular. Contém leite, açúcar e uma menor concentração de cacau (geralmente entre 25% a 40%). É o mais doce e, infelizmente, também o mais calórico.
• Chocolate branco: apesar do nome, não é tecnicamente chocolate. É feito da manteiga de cacau, açúcar e leite. Tem muito açúcar e quase nenhum antioxidante.
• Chocolate amargo (70% cacau ou mais): contém menos açúcar e mais cacau — ou seja, mais flavonoides, compostos antioxidantes que fazem bem ao coração e ao cérebro.
• Chocolate zero açúcar ou diet: ideal para pessoas com diabetes, mas atenção: nem sempre é menos calórico, pois pode conter mais gordura para manter o sabor.
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Os benefícios do chocolate (sim, eles existem!)
Quando você escolhe um chocolate com alto teor de cacau, pode estar oferecendo ao seu corpo alguns benefícios, como:
• Melhora do humor: graças à liberação de serotonina e dopamina.
• Ação antioxidante: ajuda a combater os radicais livres.
• Auxílio à saúde cardiovascular: por conta dos flavonoides que ajudam na circulação sanguínea.
Mas tudo isso vale apenas para pequenas porções, ok? Estamos falando de cerca de 20 a 30 gramas por dia (o equivalente a 2 quadradinhos de uma barra padrão).
Os cuidados que você precisa ter
Mesmo o chocolate mais “fit” não deixa de ser um doce calórico. E o problema está, quase sempre, no excesso. Comer grandes quantidades pode gerar:
• Aumento de peso;
• Descontrole glicêmico (em pessoas com diabetes);
• Compulsão alimentar, especialmente se for consumido para aliviar ansiedade ou estresse.
Uma dica valiosa é não demonizar o chocolate, mas também não deixá-lo dominar sua rotina. Comer com presença, saboreando, pode ser muito mais satisfatório do que devorar vários pedaços sem nem perceber.
O chocolate não precisa ser o vilão da sua Páscoa — ele pode, sim, ser parte da celebração de forma consciente, equilibrada e até benéfica. Como sempre digo: o problema não está no alimento isolado, mas no contexto da sua alimentação como um todo.