Por Bruno Lyra
A assessoria de comunicação da estatal disse que a barragem de Rio Bonito já existe desde 1959
Causou estranheza o anúncio do governo do Estado veiculado por parte da imprensa de que o estado irá ganhar seu primeiro reservatório de água, a represa de Rio Bonito, no Santa Maria. É que o reservatório já existe desde 1959 e desde então armazena as águas do rio que abastece a Serra, zona norte de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande em Fundão.
Segundo a assessoria de imprensa da Cesan, o que aconteceu é que o governo pediu autorização a Agência Nacional da Água (ANA) para mudar os termos de concessão do uso das águas da barragem por parte da Escelsa, que opera hidrelétrica no local.
Na prática, caso a ANA atenda ao pedido do Governador Paulo Hartung (PMDB), a Escelsa terá que liberar água da represa conforme a demanda da Grande Vitória, ficando impedida de reter o líquido para fim exclusivo da geração de eletricidade em épocas mais secas.
Segundo a assessoria da Cesan não há previsão de qualquer obra física, a água continuará descendo pelo leito do Santa Maria até a captação no distrito de São José do Queimado, na Serra.
O governo também quer buscar recursos para captar água no rio Reis Magos e no rio Doce através do canal Caboclo Bernardo, construído pela Fíbria (ex-Aracruz Celulose) para abastecer sua fábrica em Aracruz.
Essas duas medidas seriam a médio e longo prazo. Já o controle sobre as águas da represa de Rio Bonito, seria de curto prazo para tentar dar uma resposta ao risco de desabastecimento da maior cidade capixaba, a Serra, e do principal parque logístico e industrial do estado, incluindo as plantas siderúrgicas da Vale e ArcelorMittal Tubarão.
Nível de rio segue crítico
A chuva que caiu nos últimos dias em Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá aumentou a vazão do rio que abastece toda a Serra, o Santa Maria da Vitória. A vazão do manancial medida na última terça (10) pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) estava em 5,3 mil litros por segundo, contra os dramáticos 2,9 mil litros por segundo verificados no último dia 02 de fevereiro.
Contudo permanece a determinação da Agerh para que a Cesan repasse menos água ao complexo industrial de Tubarão.
