A Serra precisa continuar se desenvolvendo economicamente, pois as demandas públicas não param de crescer no ritmo da contínua migração populacional, que desde 1960 nunca cessou. Em média, a Serra cresceu 10 mil habitantes por ano na última década, o que exige que a cidade mantenha esforços constantes para atender à gestão em diversas áreas. Com esse objetivo em mente, uma nova oportunidade de crescimento foi lançada na última terça-feira (26), por meio do Programa Estruturante ParklogBR/ES.
O projeto, idealizado pelo Governo do Estado por meio do vice-governador Ricardo Ferraço, em parceria com as prefeituras dos municípios envolvidos e a iniciativa privada, busca integrar e potencializar o desempenho logístico, econômico e social das instalações portuárias e de outros ativos localizados em Aracruz, Colatina, Fundão, Ibiraçu, João Neiva, Linhares, Serra e Sooretama.
O ParklogBR/ES tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de terminais portuários, rodovias, ferrovias, aeródromos e áreas empresariais. Esses ativos estarão centralizados em Aracruz, irradiando para os demais municípios, cada qual desempenhando um papel de acordo com suas vocações específicas. Para entender como esse projeto impactará a Serra, Tempo Novo conversou com o principal articulador do Parklog, Ricardo Ferraço.
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O vice-governador afirmou que a Serra é a locomotiva industrial do Estado, com a maior economia e um vigor produtivo significativo. Contudo, carece de uma estrutura portuária dedicada à sua economia diversificada. Os portos mais próximos à Serra estão localizados no Complexo de Tubarão, mas são dedicados ao minério da Vale e aos produtos de aço da ArcelorMittal. Com o Parklog, Ferraço acredita que a Serra terá à sua disposição um complexo portuário dinâmico, multiuso e diversificado, que irá inserir a cidade de forma mais competitiva na economia global e no comércio exterior.
Isso será possível porque, em Aracruz, está sendo erguido um grande complexo portuário com três projetos já próximos de finalização: a dinamização e modernização do Portocel, o desenvolvimento de Barra do Riacho e a construção do Porto da Imetame. Para conectar a Serra a esses portos no bojo do ParkLog, o Governo projeta uma grande rodovia que ligará o Civit II a Aracruz. Essa rodovia será uma alternativa mais a oeste da ES-010 e mais curta do que a BR-101, permitindo que Serra e Aracruz estejam a apenas 30 minutos de distância uma da outra.
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A primeira etapa dessa grande rodovia está prevista para ser inaugurada em fevereiro do próximo ano. Trata-se da ES-115, também conhecida como Contorno de Jacaraípe, que ligará o Civit II a Nova Almeida, passando por fora de Jacaraípe. Posteriormente esse projeto será conectado à construção de dois contornos rodoviários destinados a desviar o trânsito pesado do centro de Aracruz e facilitar o acesso dos portos à Rodovia BR-101.
Essas iniciativas, juntamente com outras melhorias, representam um investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão e prometem criar um novo corredor rodoviário alternativo. Isso permitirá que as empresas da Serra acessem Aracruz de forma rápida, segura e eficiente, fortalecendo a integração econômica e logística entre os dois municípios. Ferraço defende que a Serra poderá desempenhar o papel de retroárea para operações de suporte logístico, incluindo movimentação, armazenamento e distribuição de cargas, o que pode impulsionar um novo boom econômico na cidade e inaugurar um período de desenvolvimento, especialmente para a região de Jacaraípe.
Além disso, Ferraço confirmou que o Governo mantém diálogo institucional com a gigante de celulose Suzano, proprietária das áreas que margeiam o futuro Contorno de Jacaraípe. A proposta é que essas áreas sejam utilizadas para atrair novos negócios e empreendimentos, em vez de continuarem ocupadas pelas extensas plantações de eucalipto que dominam o vale da Lagoa Juara e se estendem até às beiras do Mestre Álvaro.
O vice-governador também destacou que a construção de uma nova conexão alternativa à ES-010, focada na atividade econômica, permitirá que o litoral da Serra amplie sua vocação turística, devolvendo a Jacaraípe e Nova Almeida o potencial de atração turística que, no passado, deu fama nacional ao balneário. Dessa forma, a Serra poderá explorar com mais competitividade esse segmento econômico, que é menos impactante para a cidade e, ao mesmo tempo, gerador de renda e empregos, aproveitando seus 23 km de litoral e praias belíssimas.
“São benefícios múltiplos para a Serra, desde abrir a cidade para o comércio exterior, iniciar um novo ciclo de desenvolvimento com a criação de novas vias, potencializar o turismo no litoral e aumentar a competitividade dos centros de distribuição, até transformar a Serra em um grande corredor de suporte às operações portuárias de Aracruz. A consolidação desse projeto será um marco para a Serra, que é um foguete pronto para decolar, especialmente após a conclusão dessas grandes obras realizadas pelo prefeito Sérgio Vidigal e pelo Governo do Estado. Estamos muito empolgados”, concluiu Ferraço.
