A tão aguardada Terceira Via entre Serra e Vitória está saindo do papel e vai se tornar realidade. A Prefeitura da Serra confirmou que o projeto da nova ligação viária está concluído e que o contrato de crédito com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) já foi assinado. A próxima etapa será a liberação das áreas necessárias para o início do processo licitatório, previsto para ocorrer nos próximos meses de 2025.
A nova via será uma alternativa moderna e eficiente aos acessos já saturados entre os dois municípios, como a BR-101, a Avenida Norte Sul e a Rodovia das Paneleiras. O projeto prevê a construção de viadutos, elevados, ciclovias e vias expressas, com o objetivo de desafogar o tráfego intenso e melhorar a fluidez do trânsito.
Para viabilizar a obra, a Prefeitura contratou um financiamento internacional de US$ 57,6 milhões, o equivalente a cerca de R$ 345 milhões na cotação atual. O crédito foi obtido junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – conhecido como Banco dos BRICS – e aprovado pelo Senado Federal, com aval da União.
Obra da 3ª ligação entre Serra e Vitória será licitada
Segundo a gestão municipal, com o contrato de financiamento já assinado e o projeto executivo finalizado, o município agora avança para a etapa de liberação das áreas que darão início à licitação.
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Embora o valor total do empréstimo seja de R$ 345 milhões, cerca de R$ 240 milhões serão investidos na construção da nova rodovia. O restante será destinado a outras obras de mobilidade urbana previstas para diferentes regiões da cidade, como parte de um pacote mais amplo de investimentos.
O NDB é uma instituição financeira multilateral fundada pelos países membros do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com foco no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
Como será a 3ª ligação entre Serra e Vitória?

Na primeira etapa, as intervenções se concentrarão em pontos críticos da Serra, como a região da Avenida Norte Sul. As obras terão início na Avenida Brasil, em Novo Horizonte, com a construção de vias expressas e viadutos próximos à unidade da ArcelorMittal. O novo trajeto cruzará o bairro Jardim Limoeiro e se conectará a ruas paralelas e novas vias nos arredores do Terminal de Carapina e da entrada da siderúrgica, conforme apuração do Portal Tempo Novo.
Motoristas que utilizam a BR-101 ou circulam pelas ruas internas de Carapina poderão acessar a nova via por trechos como as ruas Castelo e Nelcy Lopes Vieira. O projeto também prevê um contorno viário no bairro Manoel Plaza, facilitando a ligação com a Avenida Norte Sul.
Na região, a Serra também projeta a construção de um mergulhão, com o auxílio do governo do Estado, para que o trânsito não fique congestionado no cruzamento atual. Sendo assim, quem transita pela Avenida João Palácio e pela Avenida Rio Amazonas não precisaria mais aguardar o sinal vermelho para cruzar a Norte Sul.
Segunda fase da obra: conexão Serra a Jardim Camburi

Na fase seguinte, ainda em desenvolvimento, a nova via será estendida até o bairro Jardim Camburi, em Vitória. Essa expansão depende de articulações com a Vale, a ArcelorMittal e a Prefeitura da capital. O traçado previsto inclui trechos das avenidas Dante Michelini e Munir Hilal, além de vias próximas ao condomínio Atlântica Ville. A ligação passará por áreas industriais e residenciais até alcançar Manoel Plaza, na Serra.
Desenvolvimento e valorização da orla da Serra
Segundo o prefeito da Serra, Weverson Meireles, a nova ligação viária representa um marco não apenas para a mobilidade urbana, mas também para o desenvolvimento econômico da região litorânea do município.
“Essa obra vai ligar Jardim Camburi a Carapebus, melhorando a mobilidade e valorizando a orla da Serra. É um passo importante para gerar oportunidades e fortalecer nossa economia”, afirmou Meireles.
Importância histórica e prática da nova rodovia
A nova ligação viária entre Serra e Vitória é considerada um dos investimentos em infraestrutura urbana mais relevantes das últimas décadas. Desde a inauguração da Avenida Norte Sul, nos anos 1980, e a duplicação da BR-101 entre Serra Sede e Carapina, na década de 1990, o município não recebia uma intervenção de mobilidade de tamanha escala.
Além do impacto na mobilidade, a obra marca um momento inédito para a cidade: é a primeira vez que a Serra viabiliza a contratação de crédito com um banco internacional. Até então, os financiamentos obtidos pelo município eram de menor porte e realizados apenas com instituições financeiras nacionais.
Para os moradores, o projeto representa um divisor de águas na rotina diária. O trânsito intenso na BR-101 e na Avenida Norte Sul, especialmente nos horários de pico no sentido Vitória, é um dos principais gargalos enfrentados por quem depende de carro ou transporte público. Com a nova rodovia, a expectativa é de mais fluidez, menos tempo no trânsito e maior qualidade de vida.

