Oito vereadores da Serra já assinaram o pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigará denúncias de poluição por pó preto, suas causas e efeitos, com ênfase para os danos causados à saúde da população e ao patrimônio público e privado. O foco da CPI é enquadrar empresas poluidoras instaladas na cidade, como ArcelorMittal e Vale, cujas atividades resultam na emissão de partículas no ar.
Um dos vereadores que assinam o documento, Fábio Duarte (PDT) explicou como será a tramitação do colegiado na Casa, mas adianta que a meta do colegiado é finalizar os trabalhos em 180 dias.
“Entre as metas destaco que com essa CPI a Serra mostra que não quer ficar fora de um debate tão importante, que envolve a saúde de grande parte dos munícipes. A Serra nunca foi ouvida para discutir as licenças para Vale e Arcellor. Queremos mensurar qual o impacto desse pó preto e propor investimentos por parte das empresas para melhorar a qualidade do ar”, explicou.
Duarte falou sobre um centro de monitoramento para verificar a qualidade do ar, construída na Serra. “Temos informações de que a Arcelor construiu um centro de monitoramento, nas proximidades de Carapebus, entregue ao Governo do Estado, mas não está sendo utilizado. Infelizmente não se obtém os dados de uma central tão importante e equipada como esta. Queremos saber o motivo de o centro não estar sendo utilizado”, questionou.
Sobre o papel social das empresas nas comunidades, o vereador cobrou. “A contrapartida na cidade é ínfima; os investimentos são feitos em Vitória. Gostaríamos de sentar com prefeitura, Vale, Arcelor, Ministério Público e entidades ambientais para que possamos criar soluções e contrapartidas mais justas”, finalizou.
Assinaram a petição os vereadores Cabo Porto (PSB), Ericson Duarte (Rede), Adilson de Novo Porto Canoa (PSL), Robinho Gari (PV), Wellington Alemão (DEM), Miguel da Policlínica (PTC), Fábio Duarte e Geraldinho PC (ambos PDT).
Empresas
Em nota a Vale disse que “tem investido para aprimorar seus controles ambientais e reduzir cada vez mais suas emissões, conforme compromisso assumido com a sociedade e com os órgãos ambientais. Por exemplo, várias melhorias estão sendo implantadas nos sistemas de aspersão dos viradores de vagões e de aplicação de polímeros, nos píeres e nas instalações e equipamentos das usinas de pelotização. Essas e outras melhorias fazem parte de um conjunto de ações previstas até 2020”.
Já a nota a ArcelorMittal Tubarão afirmou está “disponível para prestar quaisquer tipos de esclarecimentos” e se disse compromissada com as questões ambientais. Informa que está em vias de inaugurar em sua Sinterização, nos próximos dias, um dos seus maiores investimentos na área ambiental: “o Gas Cleaning Bag Filter, uma tecnologia autorizada pelo Iema e considerada pela Comunidade Europeia como a melhor hoje disponível no mundo. O equipamento representa um investimento de R$ 101 milhões e faz parte do plano de investimentos da ordem de R$ 400 milhões que a ArcelorMittal Tubarão está executando desde 2014”.