O vereador Cabo Porto entrou na mira do PSB. O parlamentar, que defende temas espinhosos como escola militar e posse de armas, estaria desagradando lideranças socialistas, inclusive o governador Renato Casagrande, criticado pelo parlamentar em função da estrutura da segurança pública do seu governo, apontada por Porto como deficitária. As especulações no mercado político são de que estão contados os dias do vereador no partido.
O presidente regional do PSB, Alberto Gavini, foi procurado pela reportagem, para comentar as especulações sobre o possível afastamento de sua liderança na Câmara Municipal. Ele deu pistas de que o caminho para a saída de Porto já estaria pavimentado.
“O PSB é um partido de centro-esquerda e não comunga com algumas posições do presidente da República. E como o Cabo Porto tem se posicionado em defesa dessas ações, como posse de armas e outras, precisamos conversar com ele. O partido já se posicionou em relação aos parlamentares que se alinharam com as ideias do Governo Federal”.
Disse ainda que “Cabo Porto foi eleito pelo PSB e entendo que ele tem que conversar com a gente para chegar a um denominador comum. Se Cabo Porto não está bem com o partido, vamos conversar. Evidentemente ele tem algumas posições que contrariam o partido. A gente não comunga dessas posições que ele vem adotando”.
Gavini, no entanto, não confirmou se já existe algum processo em curso para a saída de Porto. Mas nesta terça-feira, foi novamente procurado pela reportagem e disse que “não tem nenhuma ação ainda da Comissao de Ética. Vamos aguardar os movimentos dele, por enquanto”.
Porto diz que sempre respeitou seu partido
Já o vereador rebateu as afirmações do presidente. “Por enquanto, ninguém do partido me procurou e estou sabendo agora pela imprensa. Sempre respeitei o partido, seus componentes e admiradores, a decisão que este tomar, acatarei dentro do respeito e democracia”.
Caso seja confirmada a saída de Porto, ele será o segundo vereador da legenda a ser desfiliado. O vereador afastado Geraldinho Feu Rosa foi desligado do partido, em meio a denúncias de prática de rachid, feitas pelo Ministério Público e após ser acusado pela Comissão de Ética do PSB de infidelidade partidária.