Começou nesta quinta-feira (22) a saída dos 8.300 médicos cubanos do Brasil. O Espírito Santo conta com 213 profissionais do Mais Médicos; deste total, 30 atuavam na Serra. Com isso, a Prefeitura vai ter que repor os profissionais por conta própria, o que vai gerar um custo extra de R$ 2.5 milhões por ano.
Segundo a subsecretária de Saúde da Serra, Cristiane Stem, o município tem atualmente cerca de 450 médicos na rede municipal. Destes, 79 estão no programa Mais Médicos, sendo 30 cubanos. Dos 30, 29 vão regressar a Cuba e um permanecerá na Serra, pois seu contrato é direto com o Ministério da Saúde. “Dez deixaram as unidades de trabalho na última quarta-feira (21), a previsão é de que até o dia 27/11 todos deixem a cidade”.
Sobre os impactos financeiros da saída dos cubanos, Stem disse vai gerar um custo estimado em R$ 200 mil ao mês, o que dá R$ 2.4 milhões por ano. “Convocamos 65 médicos, e 10 já confirmaram o início do trabalho para semana que vem. Como medida emergencial, temos médicos do programa, argentinos, bolivianos e brasileiros, que remanejamos de algumas unidades. Conseguimos absorver todas as consultas e nenhum paciente saiu sem atendimento. Os médicos do programa foram remarcados para os bairros com maior impacto, como Feu Rosa, Jacaraípe, Serra Dourada, Serra- Sede, Barro Branco, São Marcos e Nova Almeida”.
Além da convocação do 65 médicos, a Prefeitura abriu dois processos seletivos para cadastro de reserva de médicos diaristas e plantonistas. As inscrições começaram na última quarta-feira (21) e vão até o próximo dia 29 e os salários chegam á R$ 5.612,43.
Comunidades lamentam saída de cubanos
Em Barcelona havia dois médicos do programa, porém, não estão trabalhando esta semana. Segundo informações do presidente da Associação de Moradores do bairro, João Carlos Pereira Campos, os dois estão tentando verificar a possibilidade de ficar no Brasil. “São ótimos profissionais. Hoje chegou um médico do programa Mais Médicos, mas não é cubano, que está atendendo o dia inteiro. A saída deles é muito ruim para a população carente, pois atendiam mais pessoas e em locais mais afastados. São muito solidários”, avaliou.
O presidente da associação de Taquara I, Rubens Pereira de Souza, disse que três médicos cubanos atenderam no local. “Tivemos três profissionais excelentes, com certeza o bairro é pequeno e farão falta. Temos alguns médicos que precisam se dividir entre as duas comunidades (Taquara I e Taquara II)”, disse.