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“Reduzir agrotóxicos é desafio para a produção de alimentos no ES”

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PARA GILSON a construção de um aeroporto internacional de cargas em Jacaraípe resolveria gargalo da agricultura capixaba
Para Gilson a construção de um aeroporto internacional de cargas em Jacaraípe resolveria gargalo da agricultura capixaba. Foto: Fábio Barcelos 

Por Bruno Lyra / Fabrício Ribeiro

Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Santa Teresa, Gílson Amaro (DEM), é diretor técnico operacional da Ceasa. Ele conta como funciona a recepção e distribuição de hortaliças, frutas e verduras, os rumos da Ceasa e da produção de comida e água nas montanhas capixabas e a relação da Serra com tudo isto. Fala também sobre o desejo de retornar à prefeitura da Terra dos Colibris.

O que faz a Ceasa?

Nós temos unidades em Cariacica (que atendem a Grande Vitória), Cachoeiro do Itapemirim, Colatina e São Mateus. Elas recebem a produção de hortifruti do ES e até de outros estados. Possuem lojas que compram do produtor e revendem aos estabelecimentos que repassam ao consumidor final. Os produtos abastecem do sul da Bahia até o Rio de Janeiro, de Niterói para cá.  E ajuda o produtor, a gente indica cotação diária do preço dos produtos. Na Ceasa passam alimentos frescos, além de cereais como feijão, arroz.

Quais são os principais produtos da região serrana que chegam à Ceasa da Grande Vitória?

Agrião, salsa, coentro, cebolinha, couve, repolho, alface, tomate. Tem ainda feijão, arroz, gengibre, frutas, entre outros. O ES é autossuficiente na produção de verduras, cuja maioria da produção é da agricultura familiar.  Os maiores produtores são, pela ordem, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Marechal Floriano e Santa Teresa.  São 45 mil toneladas/dia. Por mês, em média, gera R$ 83 milhões em negócios, o que dá R$ 996 milhões por ano. Lá passam cinco mil pessoas por dia. A Ceasa em Cariacica tem 130 mil m2 de área num terreno que pertence ao governo do ES.

Qual é o papel do diretor técnico operacional da Ceasa?

Organizar o atendimento ao produtor, as condições de funcionamento do espaço e comercialização dos produtos. Além de mim, temos o presidente José Carlos Buffon e o diretor financeiro, Hilário Roepke. Tem ainda os gerenciadores que fazem o trabalho no dia a dia com os produtores rurais, quando estes chegam de madrugada. E os técnicos que ajudam o produtor a colocar seu produto no mercado.

O consumidor tem sentido um preço muito alto das frutas e verduras….

Por conta dessa crise da água o preço subiu muito. Com a chuva dos últimos dias a tendência do preço é normalizar. Mas a saída para o Espírito Santo é reservar água com represas.

A Ceasa tem algum tipo de atenção em relação aos agrotóxicos nas verduras?

São feitos exames em algumas verduras para ver se a quantidade de agrotóxico é compatível com o consumo. Isso é feito diariamente, recentemente o alvo foi o morango e estava tudo certo. Mas o agrotóxico é uma questão de cultura e reduzir o uso é grande desafio para a produção de alimentos no ES.

O senhor enxerga chance da Ceasa da Grande Vitória mudar de lugar?

Sim. A tendência é vir para a rodovia do Contorno de Vitória, entre Serra e Cariacica. Lá em Campo Grande o m2 é muito caro, que é uma área estratégica em Cariacica. Mas isso não deve acontecer nesta gestão Hartung por falta de dinheiro.

Boa parte da área agricultável do ES foi tomada por eucalipto, substituindo produção de alimento. Como está isso hoje?

O Eucalipto foi importante para as áreas preservadas. Sem ele, o produtor iria na mata cortar uma estaca para cercar o pasto dele. O que não pode é plantar eucalipto perto de nascente e em beira de rio. Quanto às áreas para a produção de alimento, a tecnologia avançou. Hoje se consegue produzir muito numa área pequena.

Há quem diga que a base produtiva da agricultura capixaba é a agricultura familiar, exceto a produção de ovos. É isso mesmo.

Isso é verdade. E há muita coisa da agricultura familiar sendo exportada, como o gengibre, que tem nos Estados Unidos o maior comprador. Tem gente que vende direto de Santa Maria de Jetibá para lá. Uma caixa na Ceasa chega a R$ 200, R$ 250. Além do gengibre, todos os produtos da agricultura capixaba tem potencial para exportação, desde que tenha qualidade. Não precisamos ter medo de plantar, pois o mundo precisa da alimentação produzida pelo Brasil.

Como seria a logística dessa exportação, já que não temos um aeroporto internacional? 

Esse é um ponto chave. A falta de um aeroporto em boas condições é um gargalo para a agricultura capixaba. Quando queremos exportar aqui o produto tem que ir para o Rio de Janeiro, caso do mamão papaia e do próprio gengibre. Além da expansão do aeroporto de Vitória, também estão trabalhando para ter um aeroporto na Serra em Jacaraípe, que tem espaço para isso.

Com as grandes indústrias em dificuldade, a agricultura e o agronegócio podem ser uma saída para a economia do ES?

No futuro mais longo sim. No futuro breve a agricultura já terá mais participação no PIB. Os acontecimentos de Mariana foram um descuido do Governo Federal, de Minas e da Samarco. O que aconteceu ao rio Doce é um alerta para o mundo.

O senhor é pré-candidato à prefeitura de Santa Teresa?

Sim, com apoio do governador Paulo Hartung (PMDB). É provável que César Simonassi venha e seja vice.

Em Santa Teresa está a cabeceira do rio Reis Magos, que vai reforçar o abastecimento da Serra…

O rio Santa Maria, com o crescimento da Grande Vitória, não está dando conta. E nós (Santa Teresa) temos água sobrando. É preciso que os prefeitos tenham interesse por ações como a do governo do ES, que paga produtores rurais para preservar e recuperar matas das beiras de rios e nascentes. Se não vai faltar água para o morador da cidade e para o produtor rural.

Mas surgido notícias do aumento de aterros clandestinos, desmatamentos, saída da Polícia Ambiental do município. A cidade está deixando de cuidar do meio ambiente? 

É preciso que isto seja corrigido com um prefeito que tenha coragem para fazer, pois além das águas temos a maior biodiversidade por m2 do mundo.  Também estamos com problemas na saúde, educação e é preciso dar um suporte melhor para o crescimento da agroindústria artesanal, que ganhou terreno na uva, flores e tem grande potencial nessas e outras culturas.

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