Existe amor à primeira vista? Alguns dizem que sim; mas como amar algo do qual você talvez não conheça na profundidade? Quem sabe, esse amor não seja apenas uma paixão? Daquelas intensas, impetuosas e explosivas, comum a qualquer um que já sentiu ardência no coração, palpitação e o frio na barriga.
Com o tempo e a vivência, toda essa combustão hormonal se esgota; e se tudo der certo, fica o carinho, o cuidado, o sentimento mais puro e ingênuo do verdadeiro amor, que mesmo com os defeitos do outro, conseguiu se prolongar e se perpetuar agarrado aos momentos felizes.
Como um povo, ou seja, um coletivo de seres humanos de mesmo ethos, os serranos atuais estão na fase da paixão pela cidade; isso é perceptível a qualquer um. Serrano tem paixão pela Serra, defende a Serra e se orgulha da Serra, mesmo sabendo de todos os problemas e desafios que é viver em sociedade neste local e tempo.
É natural a paixão, a Serra abraçou tantas e tantos imigrantes que vieram em busca de dignidade, de oportunidade, de um espaço no mundo e que de uma forma ou de outra, conseguiram. Mas há uma demanda crescente decorrente desse processo volumétrico, que fez com que em 50 anos, saíssemos de uma população de proporções similares a uma cidadezinha capixaba interiorana, para os 540 mil habitantes.
A Serra moderna quer saber mais sobre si mesma; e pelo amadurecimento social, transformar a paixão em amor incondicional. O sentimento de identidade e de pertença está florescendo a passos largos na Serra e por isso, a demanda pelo conhecimento das raízes da cidade que nos permitiram chegar a até aqui, está em escalada.
A Serra tem 465 anos, é uma dos locais mais antigos do Brasil, tem uma riqueza histórica incomensurável, capaz de deixar qualquer serrano moderno babando e se perguntando: ‘mas como eu não sabia disso antes?’. A internet permitiu com que o conhecimento que tão poucos conseguiram preservar, pudesse ser transmitido em proporções maiores ás gerações que cá estão.
Culturas gaúchas e nordestinas, por exemplo, foram transmitidas secularmente; já cidades como a Serra que foram formadas relativamente recentes e pela a união de muitos povos diferentes, com o tempo se desenvolvem para criar o seu próprio código genético fruto da mistura e miscigenação histórica de formação social.
Para tanto, conhecer as histórias e os processos do passado, é a base segura para se caminhar por esse rumo; e por isso, o Tempo Novo, presente na Serra desde 1983 (que significam singelos 8% da idade da cidade) decidiu lançar o projeto ‘Planeta Serra’, para que nosso leitor possa conhecer as várias facetas de uma cidade impressionante.
Para atingir esse objetivo, foi preciso buscar alguém que tem uma vida dedicada à preservação, descobrimento e documentação de toda essa riqueza. A proposta foi oferecida ao historiador Michel Dal Col, doutor em história social e educador com ênfase em educação integral. Missão prontamente aceita por Michel, que aqui, gostaríamos de tecer os mais sinceros elogios e agradecimentos.
Portanto, une-se uma pessoa ímpar na Serra, de profundo conhecimento originário com o veículo de comunicação de maior audiência da cidade – que ao fim de 2022, estima-se o registro de 30 milhões de acessos.
União que busca contribuir no processo de amadurecimento do povo serrano, que apesar de viver em um dos locais mais antigos do Brasil, enquanto fenômeno urbano, não passa de um jovem que quer transformar a paixão em amor, assim como outros povos brasileiros que levam consigo suas origens e raízes onde quer que estejam.
A proposta é transmitir esse conteúdo da forma mais leve possível, em uma modelagem moderna e acessível, com um designer próprio (desenvolvido pelo próprio Michel), inicialmente com periodicidade de 20 em 20 dias; e a evolução do projeto está nas mãos de quem mais importa, vocês leitores. Sejam bem-vindos ao Planeta Serra!
