
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) deflagrou a Operação Consórcio Falido e prendeu Antony de Oliveira Braz Amorim, de 28 anos, apontado como líder de uma associação criminosa que aplicava golpes com falsas promessas de contemplação em consórcios imobiliários.
A quadrilha atuava a partir de uma sala comercial em um prédio de alto padrão na Enseada do Suá, bairro nobre de Vitória, e causou prejuízos que já somam R$ 450 mil. Além da prisão preventiva do líder, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e houve bloqueio das contas bancárias dos envolvidos.
O grupo é acusado de enganar vítimas com anúncios falsos em plataformas como OLX e Chaves na Mão. As vítimas eram levadas a acreditar que estavam comprando cartas de crédito contempladas. Após os pagamentos, que chegavam a R$ 60 mil, os criminosos desapareciam.
Segundo a PCES, Antony usava um escritório alugado por R$ 4 mil para simular profissionalismo, vestia-se de terno e gravata e se apresentava como correspondente da Caixa Econômica Federal, o que já foi descartado pela investigação, conforme apurado pelo Jornal Tempo Novo.

Durante o cumprimento dos mandados, no dia 24 de abril, na residência de Antony, no bairro Vale Encantado, em Vitória, foram apreendidos:
- Uma pistola Glock 9mm registrada no nome da esposa;
- Oito carregadores de uso restrito;
- 314 munições;
- Pistolas e rifles de airsoft;
- Diversos relógios de alto valor;
- Celulares, documentos e panfletos falsos vinculando o grupo à Caixa Econômica.
A operação resultou no indiciamento de Antony Amorim pelos crimes de estelionato (três vezes), associação criminosa e posse ilegal de acessório de arma de fogo de uso restrito. Sua esposa e associada, Géssica Bermudes Sopeletto, também de 28 anos, foi indiciada por dois crimes de estelionato e posse ilegal de acessório de arma de uso restrito.
Outros dois investigados, que atuavam de forma secundária ao emprestar nomes para contratos e empresas usadas nos golpes, também foram indiciados: Hudson Batista de Souza Graúna, 39 anos, e Wender Vitor Pereira Gonzaga, 24 anos.
A Polícia acredita que há mais vítimas não identificadas, e os investigadores reforçam o apelo para que quem reconheça os nomes ou a prática do golpe procure a 3ª Delegacia Regional de Vitória.

A PCES ainda apura se o grupo tem ligação com comércio ilegal de armas e munições, já que parte do material apreendido levanta suspeitas de atuação em outros ramos da criminalidade. A arma estava registrada em nome de Géssica, mas não há notas fiscais nem registros dos carregadores e das munições, todas de uso restrito.
Antony de Oliveira Braz Amorim já possui antecedentes por roubo, estelionato, violência doméstica e é investigado em procedimentos em São Paulo e na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Defa), por golpes similares. Em um dos casos, uma vítima teria perdido R$ 232 mil em 2021.
As investigações seguem para mapear possíveis conexões interestaduais, visto que há pelo menos dois inquéritos em curso em São Paulo envolvendo o nome do principal investigado.