Presidente da Câmara da Serra reage a ataques de vereador de Vitória contra a Terceira Via

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Presidente da Câmara da Serra rebate vereador e afirma que a cidade não vai pagar “pedágio político”. Crédito: Divulgação.

O presidente da Câmara Municipal da Serra, Saulinho da Academia, reagiu de forma institucional, mas firme, às declarações do vereador de Vitória, Maurício Leite, que voltou a atacar o projeto da Terceira Ligação — estrada que ligará os dois municípios e é considerada estratégica para a mobilidade da Grande Vitória.

Durante sessão na Câmara de Vitória, Maurício questionou supostas contrapartidas que a Serra deveria oferecer e chegou a sugerir que a Vale interviesse para barrar a obra. Para Saulinho, a fala revela mais interesse em criar “atenção política” do que em buscar soluções para gargalos de mobilidade que afetam toda a região metropolitana.

O presidente lembrou que a primeira fase da Terceira Via será executada totalmente dentro do território serrano, passando por bairros estratégicos antes de se conectar a Vitória. “Não há qualquer obrigação legal de pedir autorização à capital para executá-la. Essa não é uma obra improvisada. O projeto foi finalizado, o financiamento internacional está assegurado e o traçado foi pensado para aliviar congestionamentos crônicos na BR-101 e na Norte Sul”, afirmou.

Segundo ele, os benefícios vão muito além da Serra, alcançando moradores de Vitória, Cariacica e outros municípios que utilizam diariamente as vias de ligação. “Adiar isso por disputas políticas significa manter milhares de pessoas presas no trânsito todos os dias”, pontuou.

Saulinho destacou que a Serra já desempenha papel relevante no atendimento de demandas de outras cidades, especialmente na área da saúde. “A Serra já faz sua parte, inclusive absorvendo demandas de saúde de moradores de outros municípios, sem cobrar pedágio político”, disse.

Para o presidente, o momento exige cooperação entre os representantes públicos para que a Grande Vitória avance. “O que se espera do representante público é colaboração, não bloqueio por vaidade ou palanque político. A Terceira Via é um elo de desenvolvimento. Quem tenta barrar esse tipo de obra precisa explicar por que prefere engarrafamento a progresso”, concluiu.

Características do projeto

A Terceira Via terá extensão de 4,25 km, com três faixas de tráfego por sentido e ciclovia ao longo de todo o percurso. A via dará sequência ao binário de Jardim Limoeiro e interligará o corredor da Avenida Brasil, em Novo Horizonte, até as proximidades da divisa com Vitória, no bairro Hélio Ferraz, contornando o Condomínio Rossi Arboretto, nas imediações do Shopping Mestre Álvaro.

Impactos da Terceria Via Serra-Vitória

Segundo a Prefeitura da Serra, a Terceira Via vai aliviar os principais pontos de estrangulamento viário entre Serra e Vitória. A nova ligação tem como objetivo principal mitigar os gargalos de tráfego que comprometem o fluxo de veículos nas rotas mais utilizadas entre os dois municípios, como a Rodovia Norte Sul e a BR-101, especialmente nos horários de pico.

A administração municipal defende que a obra também ampliará a fluidez e a segurança viária, reduzindo o número de acidentes. A modernização do sistema incluirá a construção de viadutos, elevados e um mergulhão, eliminando cruzamentos semafóricos críticos, o que deve proporcionar maior fluidez e reduzir significativamente o risco de colisões.

Em seu posicionamento mais recente, a Prefeitura da Serra destacou os seguintes benefícios:

  • Promover a integração entre áreas industriais, logísticas e residenciais;
  • Reduzir o tempo de deslocamento, beneficiando o transporte coletivo e individual;
  • Estimular a valorização imobiliária e a requalificação urbana;
  • Atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento econômico na região litorânea da Serra.

Foto de Yuri Scardini

Yuri Scardini

Yuri Scardini é diretor de jornalismo do Jornal Tempo Novo e colunista do portal. À frente da coluna Mestre Álvaro, aborda temas relevantes para quem vive na Serra, com análises aprofundadas sobre política, economia e outros assuntos que impactam diretamente a vida da população local. Seu trabalho se destaca pela leitura crítica dos fatos e pelo uso de dados para embasar reflexões sobre o município e o Espírito Santo.

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