O necessário processo de dinamização do Porto de Praia Mole está ganhando mais um reforço. Foi assinado o contrato de 25 anos para implantação do Terminal de Granéis Líquidos (TGL) de Praia Mole, localizado entre Serra e Vitória. O acordo é entre a Blue Terminals, que fará a operação, e a Vports, autoridade portuária.
O Porto de Praia Mole atende principalmente ao setor siderúrgico, movimentando cargas para grandes players como ArcelorMittal, Usiminas e Gerdau. Em menor escala, também opera outras cargas de terceiros, como granito, mas ainda de forma incipiente diante de suas potencialidades, localização estratégica e dimensão.
Com investimento estimado em R$ 340 milhões, o novo terminal terá capacidade para movimentar cerca de 14 milhões de toneladas de petróleo por ano, o equivalente a aproximadamente 100 milhões de barris. A infraestrutura posiciona o Espírito Santo com mais força no cenário global do petróleo. A instalação será voltada à operação de transferência de petróleo a contrabordo (ship to ship).
Esse é um dos gargalos históricos do Espírito Santo: embora o estado seja hoje o segundo maior produtor do país, as exportações ainda são comprometidas pela falta de infraestrutura portuária adequada.
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Além de representar um salto logístico, o novo terminal tem potencial para gerar ótimos resultados econômicos para o Espírito Santo. A movimentação prevista deve acarretar aumento de cerca de R$ 80 milhões por ano em royalties de petróleo, distribuídos entre Vitória (40%), Serra (30%) e Vila Velha (30%), considerando parâmetros de volume e preço médios de 2023. Estudos de consultoria apontam que 4 mil empregos diretos e indiretos devem ser criados.
A dinamização do Porto de Praia Mole voltada à economia do petróleo já é uma ação estratégica prevista desde 2016 no Plano de Desenvolvimento do Município da Serra, que apontava a necessidade de ampliar a cadeia logística de petróleo e gás no município.
A maior fatia dos impostos deve ficar com Vitória, já que, em termos fiscais, o Porto de Praia Mole pertence à capital (especialmente no caso do ISS), mesmo que as entradas e saídas rodoviárias e ferroviárias ocorram pela Serra. Ainda assim, o projeto é considerado importante e necessário para o Espírito Santo, que busca consolidar sua vocação logística.
A assinatura do contrato era uma etapa obrigatória para a concretização do projeto. Agora, o próximo passo é a obtenção da licença ambiental, que está em fase avançada de elaboração e será apresentada ao Iema. A expectativa é que o terminal comece a operar em 2028.

