Petistas do Espírito Santo reagiram às declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que nesta quinta-feira (13) se referiu ao ex-presidente Lula como “ladrão de nove dedos”. As declarações foram feitas em Alagoas, durante a solenidade para entrega de casas populares naquele estado.
Segundo alguns petistas capixabas ouvidos pela reportagem do TEMPO NOVO, as declarações “mostram o desespero” do presidente, após a divulgação de uma pesquisa de opinião que mostra que Bolsonaro seria derrotado em um eventual segundo turno contra Lula, em 2022.
Segundo João Coser, o discurso de Bolsonaro é natural de uma pessoa desesperada, com medo e assustada. “Como não tem argumentos, em função dos dados da pesquisa, que já mostra que Lula está muito à frente dele, esse gesto de desespero. E, naturalmente, é a expressão de um imbecil, de um boçal, que quando não tem argumento político ou outra fala, sequer respeitosa, contra um adversário, mas que é ex-presidente da República, acaba vindo para o ataque, como eles fazem todos os dias”, avaliou.
Coser lembrou ainda do episódio nesta quarta-feira (12), quando o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, se referiu ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), como “vagabundo”.
“Ontem o filho dele agrediu um senador. É natural da família, da cultura miliciana, o bandido profissional. Os instrumentos deles são os ataques, desregulados, destemperados. Infelizmente, é o que nós temos de representação nacional, uma vergonha para o Brasil, internacional, nacional. Aos poucos eu espero que a população brasileira se dê conta de que elegeu um grande idiota, que não tem sequer capacidade de conduzir a economia do Brasil, o meio ambiente, a saúde do brasileiro. Estamos perdendo muitas vidas por causa de uma escolha equivocada, errada, uma escolha burra”, disparou.
De acordo com o estudante de Sociologia Ivo Lopes, liderança jovem do PT estadual, as declarações polêmicas do presidente visam tirar o foco da CPI instalada no Senado federal para apurar responsabilidades do governo durante a pandemia.
“O Brasil passou dos 400 mil mortes pela Covid e a CPI vem mostrando que o governo de Bolsonaro não agiu para conter a pandemia e ainda recusou as ofertas de vacinas e fazia campanha para tratamento sem comprovação cientifica. Bolsonaro quer tirar o foco da CPI e ver Lula crescendo nas pesquisas que mostra que o povo não aguenta mais esse governo e quer voltar a sorrir como era com Lula”, comentou.
Fernanda Maria de Souza acredita que o presidente percebeu que a CPI vai desnudar o negacionismo do presidente.
“Com essas palavras que ele usa está tentando criar fatos e uma cortina de fumaça nos resultados da CPI. Acho que ele não quer que a população brasileira conheça as atrocidades que fez enquanto presidente da nação; sendo omisso e prejudicando o povo brasileiro”, afirmou.
Outro dirigente do PT, Cleber Lanes diz que vê com preocupação o comportamento do presidente Bolsonaro.
“Mas também percebo uma mudança significativa nas principais instituições afirmando a necessidade de fortalecer a democracia. O negacionismo está fazendo muito estrago na sociedade. Aos poucos vai se dissipando o antipetismo e a possibilidade do PT voltar a governar o país vai se tornando real. O Bolsonaro vai espernear, mas ele está cada vez mais isolado. Acho que a CPI vai impor um longo e desgastante período ao governo e, dependendo das “surpresas” futuras pode encaminhar até o impedimento do presidente, vamos aguardar”, avaliou.