Polícia de Alagoas indicia morador da Serra que integra grupo nazista e atacou uma coronel

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Camila Paiva foi a primeira militar a assumir o comando de uma unidade operacional. Ascom/CBMAL

A Polícia Civil de Alagoas concluiu e encaminhou à Justiça inquérito policial que apurou ameaças e crimes contra a honra sofridos pela coronel do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, Camila Paiva. Na época dos fatos, a vítima sofreu diversos ataques por meio de perfis falsos de redes sociais, após defender campanha contra o assédio. O responsável por um desses perfis é um morador da Serra, que não teve o nome revelado.

Segundo o delegado José Carlos, designado em caráter especial para apurar os delitos, Camila fora vítima de grupo que vive nas profundezas da Deepweb e que se define contra negros, público LGBTQIA+, feministas e outras minorias. O grupo divulga práticas nazistas, cultua o ódio e persegue suas vítimas usando meios virtuais e anônimos.

Ao menos dois usuários de perfis falsos que perseguiram a vítima foram identificados e alvos de mandados de busca domiciliar, expedidos pela 6ª Vara Criminal da Capital de Alagoas, Maceió.

A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Espírito Santo, sob comando do delegado Brenno Andrade, cumpriu mandado de busca domiciliar na cidade da Serra-ES, onde reside uma das pessoas identificadas e que foi indiciado pelos crimes de ameaça, injúria, associação criminosa e divulgação do nazismo.

Já o delegado Renato Guimarães, da 1ª Delegacia Especializada em Investigação de Crime Cibernéticos da Polícia Civil de Minas Gerais, apreendeu aparelho celular de adolescente residente na cidade de Vespasiano/MG.

Ambos confessaram a prática de atos ilegais e responderão por crimes e atos infracionais equiparados a ameaça, injúria, associação criminosa e divulgação do nazismo.

O delegado José Carlos, da Polícia Civil alagoana, advertiu que mesmos os crimes praticados na internet são passíveis de ter seus autores identificados. “As polícias civis de todo Brasil estão cada vez mais integradas e colaborando para que fatos que envolvam pessoas de outras Unidades da Federação não fiquem impunes. Nesse caso, foi fundamental a colaboração das Especializadas de Repressão aos crimes cibernéticos de Minas Gerais e do Espírito Santo”, concluiu.

Camila Paiva é referência contra machismo

Em 2020, Camila tornou-se referência no enfrentamento ao machismo dentro do serviço militar no estado de Alagoas por realizar denúncias públicas contra casos de assédio dentro das corporações

Ela ingressou na corporação em 2002. Em 2004, foi elevada ao posto de 2ª tenente, tornando-se a primeira oficial combatente do CBMAL. Em seguida, foi promovida a major. E depois de 14 anos, em 2016, foi alçada à posição de primeira oficial a comandar um grupamento operacional na capital.

Camilia tornou-se bastante conhecida ao denunciar nas redes sociais que foi vítima de machismo praticado por um major da Polícia Militar ao ter uma foto sua de biquíni divulgada em um grupo de futebol da Associação dos Oficiais da PM e do CBM/AL no WhatsApp. O caso foi levado à Corregedoria da PM.

 

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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