O ano é novo, mas o problema é antigo e já foi alvo de diversas reclamações e muitas promessas: a calçada do Hospital Estadual Dório Silva, ou melhor, a falta dela. No local, idosos, cadeirantes, ciclistas, moradores da região e pessoas que trabalham no entorno sofrem com os diversos obstáculos que são obrigados enfrentar todos os dias.
Uma nova promessa foi feita pelo Governo do Estado. Desta vez, a Secretaria de Estado de Saúde garantiu que as obras das calçadas vão começar nas próximas semanas, ainda neste mês de janeiro. A secretaria disse que a direção do hospital já realizou o processo de contratação da empresa, mas não informou qual será a empresa responsável e qual o valor da obra.
Enquanto a obra não fica pronta, pedestres e ciclistas sofrem diariamente para circular pelo trecho que é de terra batida e cheio de obstáculos. É o caso do morador de Morada de Laranjeiras, Emilson Julião. “Passo nesta calçada há vários anos e sempre é a mesma coisa. Buracos, postes no meio da calçada, falta de calçamento, raízes de árvores e outros problemas”, reclama.
Elizabeth Oliveira que precisa de uma muleta para se locomover, diz que não existe acesso para pessoas com deficiências físicas. “Nunca vi uma entrada de hospital deste jeito. Neste trecho de terra, tem raízes de árvore, para cadeirante é impossível passar ali, eu que uso muleta sofro, fico pensando um deficiente visual”, reclama.
Novela antiga
Esta não é a primeira matéria que o TN faz sobre o assunto. O Governo do Estado tinha prometido construir a calçada no início de 2016, não cumpriu o prazo e fez uma nova promessa. Desta vez, a obra era para ser executada no segundo semestre de 2016, mas 2017 chegou e nada havia sido feito.
Em janeiro de 2017, a reportagem entrou novamente em contato com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) que disse que a obra já tinha iniciado e que a previsão era que fosse finalizada ainda em janeiro.
Mas não foi o que aconteceu. A reportagem esteve no local e constatou que não tinha nenhum sinal de obra. A única mudança realizada foi a retirada dos trailers que vendiam lanches no local onde deveria ter um ponto de ônibus. Os vendedores ambulantes foram retirados e foi instalado um abrigo do Transcol no local.
Já em setembro de 2018, a Sesa tinha dito que a obra chegou a ser iniciada, porém foi logo interrompida, sob alegação de que foi identificada uma inconformidade no projeto. Também disse que as alterações no projeto já tinham sido realizadas e que o Estado estava aguardando a aprovação da Prefeitura de Serra para retomada da obra. Mas na ocasião, a Prefeitura da Serra tinha informado que não constava em andamento nenhum processo de aprovação para calçada cidadã.