Yuri Scardini
Na última sexta-feira (25) Márcia Lamas (PSB) foi afastada da função de vice-prefeita da Serra e da Secretaria de Educação. A ação que partiu do Ministério Público acusa Márcia de fraudar licitações, a decisão é da juíza Sayonara Couto Bittencourt, da 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual. Ainda cabe recurso no Tribunal de Justiça do ES. Esta semana o Tempo Novo ouviu Márcia Lamas, que classificou como política a decisão, afirmou que vai recorrer e quer retratação. Disse ainda que a Secretaria de Educação não tinha comissão de licitação, portanto não poderia ser responsabilizada.
Como você recebeu esse afastamento?
Recebi com surpresa e indignação a decisão judicial que considero injusta porque desconhece um fato elementar, a Secretaria de Educação não tem comissão de licitação, todos os procedimentos são realizados pela Prefeitura da Serra. Se houve fraude, a responsabilidade não pode ser atribuída ao titular da pasta da época. Informo a população capixaba que todos os meus atos foram realizados mediante pareceres técnicos da Controladoria e da Procuradoria Geral da Serra.
Quais providências serão tomadas?
Desde o primeiro momento, entreguei minha vida e todos os que me acusam nas mãos de Deus. Tomei providências necessárias em defesa da minha dignidade e da minha história comprovadamente honrada na Educação. A justiça tem que punir e prender bandidos e corruptos. O que vemos hoje são processos paralisados de réus confessos e execrados pela população. O que eu espero da Justiça é que ela se informe melhor sobre procedimentos licitatórios nas prefeituras antes de decretar sentenças apressadas e destituídas de fundamento.
Vai recorrer da decisão?
Nunca tomei uma decisão sequer sem amparo legal. Não aceito a decisão da justiça. Vamos contestá-la e inclusive reivindicar uma retratação. Minha prioridade sempre foi e será a educação e as crianças. Cuido com minha equipe de 65 mil alunos, que precisam entre outras coisas, de transporte, alimentação, bons professores. Administro 135 unidades de ensino, na maior rede de educação do estado.
Especula-se no meio político que haja interesse político nesse processo. Concorda com isso?
A questão não é jurídica e sim política, infelizmente. Os fatos questionados se referem ao período de 2009, tendo como um dos requeridos o ex-prefeito Sérgio Vidigal. Eu apenas cumpri uma orientação da Procuradoria em virtude da necessidade da contratação para regular funcionamento das escolas públicas do município. Reafirmo que o processo da contratação não tramitou na Secretária de Educação, pois não há comissão de licitação nesta secretaria e sim, na Secretaria de Administração.
Qual sua mensagem para população?
Agradeço as inúmeras manifestações de solidariedade, carinho e as orações das pessoas de bem e que conhecem a minha história de vida e minha trajetória na vida pública. Isto tem me fortalecido. Estou de cabeça erguida e com a consciência em paz. Confio na Justiça e sei que os verdadeiros responsáveis serão julgados e punidos. Continuo convicta de que minha missão é Educar. Afinal, educar é colaborar com Deus.