Lutando há mais de três anos contra um tumor no cérebro, o jovem morador da Serra, Gustavo Alves, de apenas doze anos, faleceu na noite desta segunda-feira (8), em São Paulo. O rapaz havia conseguido iniciar um tratamento com medicação que vem dos Estados Unidos – após briga judicial da família contra o plano de saúde – mas adquiriu uma bactéria durante os procedimentos e não resistiu.
Gustavo era morador de Cidade Pomar, na Serra, mas sua família também possuía ligação com a comunidade de Barcelona, onde seus avós residiam. De acordo com o pai do jovem, Uanderson Nascimento, ele já estava realizando o tratamento com as ampolas de Tiotepa (Tepadina), mas acabou contraindo uma bactéria no pulmão e precisou ficar entubado.
Após alguns dias, acabou não resistindo e faleceu. O corpo do adolescente foi transferido para o Espírito Santo e o enterro será realizado num cemitério da Serra nesta quarta-feira (10). De acordo com a família, antes do sepultamento, será realizado um velório na capela mortuária de Barcelona e, no local, será disponibilizado um ônibus para levar os familiares, amigos e vizinhos até o cemitério.
Conforme já havia sido anunciado anteriormente pelo Jornal TEMPO NOVO, em julho deste ano, a família que tem plano de saúde conseguiu o direito de tratar a criança, ingressando com uma ação na justiça que deu o ganho de causa aos pais. Gustavo iniciou o tratamento no dia 11 do mesmo mês.
Plano de saúde havia negado tratamento
Antes de conseguir a medicação por meio do plano de saúde, que negou o tratamento para o menino, uma vaquinha foi feita para tentar arrecadar o valor e pagar o remédio. Na época, Uanderson explicou como o tratamento seria realizado.
“Mesmo com a doença regredindo, as quimios precisavam continuar até que Gustavo conseguisse o medicamento para curá-lo de vez da doença. Ele fará um transplante de medula óssea autólogo, que consiste na retirada da medula do paciente, congelamento e aplicação de medicação. Eles tiram a medula, congelam e aplicam uma medicação que vem dos EUA, a Tiotepa (Tepadina)”.
Porém, após iniciar o tratamento, Gustavo contraiu a bactéria no pulmão, chegou a ser entubado, mas faleceu. Sua morte foi registrada às 20h30 desta segunda-feira. Vale ressaltar que antes disso, já na luta contra a doença, o menino ainda contraiu Covid-19 e sobreviveu ao vírus.
Pais e adolescente se mudaram da Serra para São Paulo
O diagnóstico do garoto aconteceu em agosto de 2019, quando começou a sentir muita dor de cabeça e vomitar com constância. Depois de muitas idas e vindas a diversos médicos no Espírito Santo, foi diagnosticado com Meduloblastoma Grau 4 (Tumor cerebral) que foi retirado em setembro de 2019.
Os médicos do Espírito Santo informaram que o caso de Gustavo não teria mais tratamento, foi quando a família mudou as pressas, com a roupa do corpo para São Paulo em busca de alternativas para salvar o menino.
Na época, os pais venderam tudo que possuíam: casa, carro e outras coisas, e se mudaram da Serra para SP. Lá, descobriram que a doença estava espalhada por todo o corpo da vítima.
Além de Gustavo, os pais possuem uma outra filha.
Velório e sepultamento será em bairros da Serra
O velório da criança será iniciado às 3 horas da madrugada desta quarta-feira, na capela mortuária de Barcelona. De lá, saíram um ônibus pela manhã para acompanhar o sepultamento, que acontecerá no cemitério de São Domingos, em Serra Sede, a partir das 10 horas da manhã.