Após ter seu nome envolvido em uma ação de improbidade, por meio de denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES), o presciente da Federação das Associações de Moradores da Serra (Fams), Jean Cassiano, enfrenta uma crise junto às lideranças da entidade, que pode resultar no seu afastamento. Na próxima reunião do colegiado, em janeiro de 2021, o assunto, que já movimenta os bastidores da federação, deve ser colocado em pauta e avaliado pelos presidentes das 126 associações afiliadas e seus respectivos delegados.
Eleito em 2017, Jean Cassiano ocupa ainda função de secretário de Agricultura, na Prefeitura da Serra, o que, segundo os que defendem seu afastamento, teria prejudicado a independência da federação e dificultado o acesso a recursos municipais. A reportagem teve acesso a um áudio enviado por um dirigente, que resume o sentimento de outros que querem o seu afastamento.
“Amigos, diante das denúncias impetradas pelo MP, onde infelizmente consta o presidente da Fams, Jean Cassiano, como um dos co-reus, para que a Fams continue com sua reputação ilibada e atenda aos anseios da sociedade e das comunidades, acredito que temos que pedir o afastamento de Jean, até que sejam apuradas as denúncias. A Fams foi muito prejudicada nesse período em que ele está à frente, como presidente, a prefeitura não fez repasses para projetos sociais. Isso já era argumento para retirá-lo da Presidência. Sendo assim, gostaria de colocar a suspensão temporária em pauta, enquanto durar o processo [no MP], ou realizar novas eleições”, disse um coordenador de área da entidade.
Jean foi procurado pela reportagem. Ele comentou que não permitirá que o processo seja levado adiante e que conta com o apoio de grande parte da Executiva “que não compactua com essa tentativa antidemocrática. É um grupo isolado que tenta mais uma vez agir contra a democracia que me elegeu presidente desta instituição, inclusive querendo fazer política do quanto pior melhor, faltando com respeito até mesmo com as normas e decreto do governador sobre COVID. Querem agir de forma irresponsável com as comunidades. O mandato está vencido tanto da FAMS quanto da AMO. Porém com a pandemia não há possibilidade de se fazer eleição no momento. Contudo estamos à disposição das comunidades respeitando e atendendo todos os líderes e na medida do possível resolvendo várias demandas dos bairros”, explicou.
Caso a saída de Jean seja efetivada, assume o posto de presidente Mara Gomes Almeida.
