O lar de idosos interditado em Jacaraípe, na Serra, possuía um “ambiente insalubre”, “exalava mau cheiro”, tinha “alimentos vencidos” e ofertava uma “alimentação deficiente”. Pelo menos isso é o que garante a Polícia Civil, que esteve no local durante a quarta-feira (6), e participou da interdição da instituição, juntamente com a Prefeitura da Serra.
A ação de fiscalização foi realizada após a Prefeitura da Serra e a Polícia Civil receberem inúmeras denúncias de supostos maus-tratos, que poderiam estar sendo cometidos contra os 33 idosos que eram atendidos pela Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI).
Por meio de nota enviada ao Jornal Tempo Novo, a Polícia Civil informou que as equipes que estiveram no local constataram a presença de “alimentos vencidos, alimentação oferecida de forma deficiente e ambiente insalubre que exalava mau cheiro”.
Ainda de acordo com a polícia, o local foi interditado pela Vigilância Sanitária e não houve detidos. O caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa Idosa (DEPPI) e não há outros detalhes que possam ser repassados, no momento.
O que diz a Prefeitura da Serra?
A Prefeitura da Serra disse que informou ao Conselho Municipal dos Direitos e Defesa da Pessoa Idosa que recebeu inúmeras denúncias de maus-tratos em relação à Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI).
Destacou ainda que o Conselho identificou que o lar de idosos estava com uma série de irregularidades na documentação junto à Vigilância Sanitária, o que acarretou a cassação do alvará sanitário e da inscrição no conselho.
Ainda de acordo com a prefeitura, a ILPI deverá fazer a reintegração familiar dos idosos, considerando que o local é particular.
O que diz o lar de idosos?
O Jornal Tempo Novo tentou contato com o lar de idosos em um primeiro momento, no entanto, informações sobre o nome da instituição e seu endereço não foram divulgadas pelos responsáveis da ação de fiscalização.
Porém, após a publicação da primeira matéria sobre o assunto, a reportagem foi acionada por uma pessoa, que se identificou como a responsável pelo lar de idosos. Por telefone, a suposta responsável acusou a matéria de estar baseada em informações falsas e fez ameaças de ir à Justiça contra o veículo de comunicação.
Ofendeu ainda o jornalista que realizou o atendimento, afirmando que ele “deveria aprender a ser um jornalista de verdade”.
Apesar da ligação, a mulher responsável pelo lar de idosos não identificou o nome da instituição e tampouco enviou uma nota oficial para que a defesa fosse acrescentada no texto da matéria.