Clarice Poltronieri
Depois da farra do Carnaval, que se encerra na Quarta-feira de Cinzas, começa a Quaresma, que segue até a Semana Santa. Na tradição cristã o período representa os quarenta dias de provações que Jesus Cristo enfrentou no deserto e que antecederam sua morte e ressurreição.
Mesmo com as aceleradas mudanças sociais, há ainda quem guarde os hábitos da Quaresma passados de geração para geração, como o ato de jejuar, não comer certos tipos de alimentos, não consumir bebidas alcoólicas, além de aumentar a frequência das orações.
Caso da moradora de Laranjeiras, Creuza Caetano de Almeida. “Na Quaresma reduzo a quantidade de comida em respeito a quem não tem o que comer e procuro o silêncio para me dedicar mais a orações. A TV, por exemplo, quase não é ligada nesta época. E acompanho todas as atividades na igreja como vias Sacras e missas”, salienta.
De Morada de Laranjeiras, Maria Elisa Ferreira Santos de Carvalho, abre mão de algo que gosta muito. “Todo ano, retiro nestes 40 dias algo que gosto muito. Já retirei amendoim, refrigerante. Este ano será chocolate e ficarei até a Páscoa sem comer. E essa é uma época de muita reflexão, de repensar nas suas atitudes, refletir sobre o sacrifício de Jesus e oferecer algum sacrifício a ele”, disse.
Para Luiz Paulo Costa Giuberti, de Enseada de Jacaraípe, o sacrifício se estende até abril, na Festa da Penha, padroeira do Estado. “Fico toda a Quaresma sem consumir álcool e comer qualquer tipo de carne, porque é uma forma de lembrar e partilhar o sofrimento de Jesus. Já têm uns 20 anos que faço isso e há uns cinco estico este jejum até a Romaria dos Homens. Já minha esposa fica quarta e sexta sem comer carne e não ouve música durante os quarenta dias. Também acompanhamos as missas”, explica.
De Laranjeiras, Izabel Bittencourt, abre mão da carne vermelha. “Fico toda a Quaresma sem comer carne vermelha e intensifico minhas orações. Esse é um período para repensar em tudo e carregarmos nossa cruz, assim como Cristo fez”, observa.