Homem que abandonou cadela em Pitanga é ouvido pela CPI dos Maus-tratos e responderá por crime

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O homem que abandonou uma cadela em Pitanga, na Serra, no último dia 08 de novembro, foi ouvido pela CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais, presidida pela deputada Janete de Sá (PMN), na tarde da quarta-feira, 1, durante uma audiência que  apurou dois casos de maus-tratos. O segundo caso, foi o da cadela resgatada em Viana.

Foram convocados a prestar depoimento o motorista de aplicativo Edimar Ribeiro da Silva, de 36 anos, que era o tutor da cadela Camila Pitanga e a auxiliar de cozinha Fabrícia Gomes da Rocha, de 44 anos, tutora da cadela Sofia.

Câmeras flagraram o motorista de aplicativo abandonando a cadela no bairro Pitanga. O animal ficou sem água e sem comida até ser resgatado no dia seguinte. Ao ser interrogado pela deputada Janete, o tutor confirmou que abandonou o animal e alegou que a cadela estava com ele há 15 dias e não teria se adaptado à família inclusive rosnando para o filho, um menino de 6 anos.

A cadela Camila foi levada ao plenário e em nenhum momento estranhou as pessoas no recinto, contrariando a fala do depoente.

A pedido da presidente da CPI, a gerente de bem-estar animal da prefeitura da Serra, Milagros Campos, vai encaminhar o material da ocorrência para a delegacia de meio ambiente apurar o abandono da cadela que configura crime de maus-tratos.

O outro caso em pauta na CPI foi o abandono da cadela Sofia, ocorrido no último dia 9, no bairro Pitanga, município de Viana. A CPI, motivada por denúncias esteve na residência da auxiliar de cozinha e encontrou a cadela em situação de sofrimento, infestada de carrapatos e pulgas, com a mandíbula quebrada, desnutrida, desidratada e com infecção na boca. A cadela foi retirada da situação de maus-tratos e levada para atendimento veterinário. Apesar de todo esforço da CPI e dos veterinários a cadela Sofia não resistiu e morreu quatro dias após o resgate.

A tutora Fabrícia Gomes da Rocha foi levada para delegacia e autuada em flagrante. Ela foi solta na audiência de custódia.

Em depoimento à CPI ela alegou que ama animais e que tinha a Sofia há 5 anos. Fabrícia disse que o animal ficou doente na pandemia e como ela estava desempregada teve que ela mesma cuidar do animal, uma vez que não tinha dinheiro para levá-lo ao veterinário.

As declarações da tutora não convenceram a presidente da CPI, deputada Janete de Sá, que afirmou que vai pedir celeridade e pena máxima para ela no Ministério Público Estadual.

Maus-tratos de cães e gatos é crime previsto em Lei com pena que varia de 2 a 5 anos de prisão, além de multa e proibição de guarda de novos animais.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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